Uma equipe formada por 90 cristãos visitou famílias de baixa renda em um núcleo habitacional no Distrito Federal para levar suprimentos e a Palavra de Deus em tempos de pandemia.
A ação, que aconteceu no sábado passado (1), foi organizada por jovens que fazem parte de um grupo de humanização hospitalar cristão, conhecido como Doutores de Esperança, mantido pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).
Seguindo as recomendações de segurança contra a Covid-19, o grupo visitou alguns moradores do condomínio de 6.420 apartamentos e 25 mil habitantes. Por causa da dificuldade financeira, ali muitas famílias tiveram suas vidas afetadas pelo novo coronavírus.
Na tentativa de amenizar a situação dos moradores, os cristãos fizeram visitas para conhecer a história de vida de alguns deles e levar a Palavra de Deus. Também foram distribuídas itens de higiene pessoal e limpeza, alimentos, roupas e literaturas cristãs.
A organizadora da ação, Thaís Trivelato, explica que a intenção não foi levar apenas auxílio físico, mas também esperança para quem passa por dificuldades. “Queremos ajudá-los a recomeçar. Fizemos uma triagem para ajudar quem realmente precisa. Queremos fazer algo além da entrega de produtos e alimentos”, disse.
A ajuda não vai se resumiu a apenas um final de semana. Os moradores têm sido assistidos por membros da Igreja Adventista no local, por meio de aconselhamentos e mantimentos.
Silvano Lima, síndico de uma das quadras do conjunto habitacional, falou sobre o impacto da mensagem de fé na vizinhança. “Os moradores receberam uma palavra motivadora e oração, elementos que possam trazer fé para o coração deles, além de esperança e uma consciência de que Deus pode e quer mudar suas vidas”, afirma.
Voluntários carregam doações em direção aos apartamentos de beneficiados. (Foto: Divulgação)
Mensagem de esperança
Um dos voluntários, Mauro Souza, fala sobre a experiência de seu grupo na visita às casas. “Encontramos pessoas desempregadas, com fome, que perderam familiares. Teve uma família que revelou que não sabia o que ia fazer para que os filhos pudessem comer no outro dia e que estava pedindo a Deus uma resposta às suas orações”, contou.
“O melhor de tudo é que todas as famílias atendidas querem aprender mais sobre a Bíblia. Eu saí de lá realizado e completo por ter feito a obra de Deus”, acrescentou Mauro.
Em uma visita, o voluntário Jânio Lima relata que cantou para um senhor que é pai de duas crianças, sendo que uma delas sofre de esquizofrenia. A mãe foi embora e ele cuida delas num apartamento pequeno. Jânio contou que numa noite, em maio, a irmã esquizofrênica ferveu uma panela com água e jogou sobre ele enquanto dormia, queimando todo o tórax e a barriga.
“No relatório que tínhamos da família constava apenas que um dos moradores estava se recuperando de queimaduras. Não imaginávamos a realidade. Como constava a presença de duas crianças, escolhi a canção Tenho Paz, para cantar. Mas mesmo sendo uma canção alegre, ele começou a chorar compulsivamente logo nas primeiras frases. Nessa hora, todos os meus amigos do projeto e eu perdemos a direção. E foi maravilhoso, porque nós pudemos ouvir a história dele”, disse Jânio.