Mais de 100 igrejas são fechadas em meio à violência no México

Devido ao crime organizado no país, igrejas fecharam e cristãos fugiram por medo.

fonte: Guiame, com informações de Evangelico Digital

Atualizado: Quinta-feira, 22 Fevereiro de 2024 as 10:23

Mexicanos na igreja. (Foto: Reprodução/Portas Abertas)
Mexicanos na igreja. (Foto: Reprodução/Portas Abertas)

Devido à onda de violência no estado de Chiapas, no México, a Associação de Pastores Evangélicos de Tapachula decidiu fechar as portas de mais de 100 igrejas localizadas nos municípios da região.

Gamaliel Fierro Martínez, presidente da associação, informou que a violência na região impossibilitou o funcionamento das congregações, principalmente porque pastores e membros fugiram do crime organizado que atinge suas comunidades. 

Segundo Martínez, os templos afetados foram os de Chicomuselo, Mazapa de Madero, Frontera Comalapa, Bejucal de Ocampo, Bella Vista, El Porvenir, Siltepec, Amatenango de la Frontera e Motozintla: “Todos estão com medo”, disse ele.

Martínez contou que muitas famílias fugiram para as montanhas na intenção de evitar serem recrutadas por grupos criminosos que as obrigam a se juntar a eles em troca de não sofrerem danos.

Igrejas católicas também foram afetadas em diversas localidades devido ao medo dos fiéis de sair às ruas.

A Igreja Católica em Chiapas criticou a inação do governo estadual e federal no combate ao crime organizado, destacando que grupos criminosos foram autorizados a assumir o controle em vários municípios.

‘Como em uma pandemia’

Erika, uma moradora de Frontera Comalapa, contou: “Sabemos que não só as igrejas fecharam as portas, mas também muitas empresas e até escolas, algumas pararam de dar aulas e estão como se fosse a pandemia, porque fazem tudo remotamente”.

Segundo o Evangelico Digital, mais de três mil pessoas das 86 comunidades do município de Pantelhó tomaram a Câmara Municipal, incendiaram casas e veículos, saquearam alguns armazéns e obrigaram militares que mantinham o controle do local a recuar em vários blocos. 

Nas montanhas de Chiapas, próximo a Chicomuselo, moradores relataram que os criminosos realizaram uma espécie de censo para identificar pessoas para se juntarem a eles. 

Residentes de Motozintla e Frontera Comalapa informaram que a presença de homens armados é uma constante e até se tornou comum nas ruas, sem o Exército, a Guarda Nacional ou qualquer entidade de segurança guardando os moradores.

Consequências

Além da violência, a população da região da Serra de Chiapas enfrenta escassez de alimentos. 

Martínez contou que apelou às autoridades para que tomem medidas para garantir a tranquilidade e a paz dos moradores.

Um relatório do Centro de Direitos Humanos Fray Bartolomé de las Casas relatou mais de 14 mil pessoas deslocadas entre 2010 e 2021 devido à violência no estado. Os municípios da região de Los Altos foram apontados como os mais afetados.

Também foram documentados mais de cinco mil deslocamentos forçados como resultado da pobreza e da violência.

Mais de três mil pessoas fugiram entre março e junho de 2023, poucos meses antes da presença do Cartel de Sinaloa se intensificar na região para enfrentar as tropas do Cartel da Nova Geração de Jalisco (CJNG) que dominam o local.

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