‘Massacre’: Terroristas atacam cristãos no Congo e queimam pessoas vivas

Terroristas da ADF atacaram uma vila, mataram 4 pessoas e sequestraram moradores.

fonte: Guiame, com informações de ICC

Atualizado: Quarta-feira, 12 Março de 2025 as 10:13

Bandeira da República Democrática do Congo. (Foto: Reprodução/Unsplash/aboodi vesakaran)
Bandeira da República Democrática do Congo. (Foto: Reprodução/Unsplash/aboodi vesakaran)

No último sábado (8), terroristas das Forças Democráticas Aliadas (ADF) atacaram a vila de Ngite, no leste da República Democrática do Congo (RDC), e mataram quatro pessoas. 

Segundo o International Christian Concern (ICC), entre os mortos, havia uma mulher que foi queimada viva em casa. Além disso, três residências foram incendiadas, animais foram levados e outras pessoas foram sequestradas.

“Eles chegaram por volta das 2h da manhã e começaram a matar pessoas com facões”, disse Jean, uma testemunha, ao ICC.

E continuou: “Os gritos permaneceram até às 5h da manhã”.

Osée Kambale, dos sobreviventes, compartilhou: “Os terroristas cercaram as propriedades antes de matar as vítimas. Passei a noite em uma casa queimada. Esta vila foi atacada várias vezes. Só no ano passado, em fevereiro de 2024, muitas crianças ficaram órfãs em um ataque semelhante”.

A violência recorrente na região deixou a população em luto e com medo. Katembo Kisaki Louis, presidente do grupo da sociedade civil Batangi-Mbau, foi até o local do ataque e relatou:

“A destruição foi devastadora. As pessoas estão em choque, a falta de segurança as deixa mais vulneráveis ​​devido a esses ataques repetidos”.

Já o bispo anglicano da Diocese de Beni condenou o ataque, e pediu o fim da violência: 

“Beni está se tornando um oceano de lágrimas. Todos os dias, pessoas inocentes são mortas. Os terroristas da ADF precisam vir ao Senhor e abandonar suas maneiras de matar pessoas inocentes. Estamos cansados ​​dessa violência sem fim. Precisamos de paz”.

Conflitos

Em fevereiro deste ano, após a notícia do encontro de 70 cristãos decapitados dentro de uma igreja protestante na República Democrática do Congo (RDC), a missão Portas Abertas condenou o ataque e solicitou que as autoridades tomem medidas para proteger a comunidade cristã no país.

"A Portas Abertas apela às sociedades civis, governos e organizações internacionais para que priorizem a proteção civil no leste da RDC, onde grupos armados, como a ADF, estão operando”, declarou John Samuel*, especialista jurídico da missão na África Subsaariana.

E ressaltou: "A violência ocorre em um contexto de impunidade, onde quase ninguém é responsabilizado. Este massacre é um indicador claro de violações generalizadas dos direitos humanos contra civis e comunidades vulneráveis, muitas vezes visando cristãos, perpetradas pela ADF”.

A região nordeste do Congo sofre as consequência do conflito entre os grupos terroristas ADF e M23 com as forças do governo.

Desde 2014, a ADF intensificou os ataques na área. Somente no mês passado, o grupo matou mais de 200 pessoas em Baswagha.

A violência causou o deslocamento de 10.000 pessoas em 2024, com muitas vilas cristãs ficando totalmente desertas, e 355 cristãos foram mortos por sua fé, de acordo com dados da Portas Abertas.

“Pedimos à comunidade cristã internacional que permaneça em oração pelos cristãos e comunidades vulneráveis no leste da RDC", disse John Samuel.

A República Democrática do Congo ocupa a 35ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.

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