De acordo com o pastor Greg Musselman, da organização missionária Voz dos Mártires no Canadá, o avanço do cristianismo representa uma ameaça para o Partido Comunista da China, a única plataforma que governa o país.
“O que o governo está procurando fazer é: se você é chinês, você vai concordar com o governo comunista e sua ideologia. A Igreja e o cristianismo são frequentemente vistos como ocidentais. Mas também são vistos como opostos à cultura chinesa”, disse Musselman ao Mission Network News.
Por outro lado, o pastor acredita que o aumento do número de fiéis em meio à tanta opressão por parte do governo é sinal de um grande avivamento na China. “O fato de essas igrejas existirem e terem crescido em milhões, é provavelmente o maior avivamento de toda a história”.
Musselman cita um estudo que indica que a China poderá atingir a marca de 224 milhões de cristãos até 2030, tornando-se o país com maior número de cristãos. Com esse crescimento, o Partido Comunista teme que a Igreja seja uma ameaça ao seu poder.
A situação fica ainda mais intensa em meio à pandemia do novo coronavírus. Enquanto o país retomava as atividades após o período de quarentena, as autoridades comunistas continuam propagando medidas de “manutenção da estabilidade”, fechando e demolindo igrejas.
“Vimos como a Covid-19 tem sido usado para perseguir toda a igreja, seja na Coréia do Norte, Irã, Paquistão, Índia e até na China. Os cristãos, por não serem seguidores da ideologia do Estado, estão sendo impedidos de receber comida e ajuda”, comenta Musselman.
Diante disso, o pastor pede que cristãos ao redor do mundo continuem orando pela Igreja na China. “O pensamento é que, se essa perseguição se intensificar, [a igreja] poderá crescer ainda mais rápido. É uma espécie de faca de dois gumes: a perseguição leva ao crescimento da igreja. No entanto, a perseguição também separa as famílias”, observa Musselman.