Perseguição leva novos crentes a denunciarem cultos secretos na Ásia: “É preciso cuidado”

Os missionários alertaram sobre a realidade da perseguição na Ásia e pediram orações.

fonte: Guiame, com informações de Junta de Missões Mundiais

Atualizado: Quinta-feira, 12 Junho de 2025 as 5:10

Imagem Ilustrativa. (Foto: Reprodução/Unsplash/bay)
Imagem Ilustrativa. (Foto: Reprodução/Unsplash/bay)

Missionários brasileiros que atuam em países do Leste Asiático alertaram que a intensa perseguição religiosa tem levado novos convertidos a delatar reuniões secretas, colocando em risco a segurança de igrejas domésticas e comprometendo o avanço do Evangelho na região.

Ael e Bel Oliveira, missionários da Junta de Missões Mundiais (JMM), foram convidados por um pastor a participar de um treinamento evangelístico. No entanto, o convite representa um grande desafio.

“Estávamos na sala da casa do Pr. Huang, obreiro da JMM, que trabalha entre povos não-alcançados e lidera uma igreja doméstica. Depois de planejarmos algumas ações e ouvir vários testemunhos, ele nos convidou para estar no próximo treinamento de obreiros locais”, disse o casal ao site da Junta de Missões Mundiais.

E continuaram: “Em qualquer lugar, o convite seria mera formalidade e, com certeza, estaríamos juntos, mas aqui em nosso campo é diferente”. 

O casal explicou que reuniões religiosas particulares são proibidas por lei, e para realizar tal ação é “preciso ter todo o cuidado e considerar os riscos envolvidos”. 

“Evidente que não paralisamos pelo medo ou restrições, mas é preciso sabedoria junto com a ousadia”

Restrições e perseguições

Em meio à conversa de como realizariam a reunião, o pastor Huang alertou: “Precisamos ter muito cuidado nas próximas ações. Recentemente, um colega pastor compartilhou uma notícia muito triste. Havia um irmão, muito dedicado, e que mesmo sendo novo convertido, estava nas reuniões e sempre queria saber detalhes da fé e de como funcionava a igreja”. 

“Após dois anos frequentando as reuniões, o líder local foi chamado pelas autoridades locais para uma conversa, ficou detido alguns dias e os membros da igreja também sofreram diversas represálias. Toda a informação sobre nomes, lugares e como funcionava a igreja foi passada por aquele ‘irmão’”, acrescentou.

Em seguida, Huang disse que essa prática tem sido muito comum na região nos últimos anos. Por isso, as igrejas domésticas precisam ter cuidados dobrados ao convidar pessoas a participarem das reuniões, ou mesmo compartilhar sobre a sua fé. 

“Há casos, também, de pessoas que realmente eram da comunhão da igreja, mas por terem a fé fraca, acabaram persuadidas ou coagidas pelas autoridades a ‘delatar’ os líderes e dar detalhes da comunidade”, disseram os missionários.

E destacaram: “Esta é a nossa realidade. Restrições e perseguição se apresentam de várias formas, mas uma certeza temos: o nosso Pai não tem impedimentos, o Espírito Santo não conhece barreiras e o Filho nunca nos abandona”.

Segundo a missão Portas Abertas, a Ásia se destaca globalmente também por ser uma das regiões mais perigosas para cristãos. A Coreia do Norte lidera a Lista Mundial da Perseguição 2025, seguida por países como Iêmen e Mianmar, onde guerras civis têm causado deslocamentos, fome e mortes de cristãos. 

A Ásia Central também registrou aumento na violência, com países como Quirguistão, Cazaquistão e Tajiquistão subindo no ranking devido a invasões a igrejas e agressões a cristãos. Na Índia, a crise em Manipur continua a devastar comunidades cristãs. 

“Ore por proteção aos missionários em meio à perseguição religiosa. Pelo fortalecimento da fé dos cristãos da Ásia em meio às dificuldades. Por estratégias missionárias para que mais igrejas domésticas possam surgir e mais vidas sejam alcançadas”, concluíram os missionários.

veja também