Em diversas nações de maioria muçulmana, o custo de escolher seguir a Cristo é imenso. Tornar-se cristão pode resultar na perda da comunidade, em ter empregos negados, em prisões ou até na dificuldade de encontrar um cônjuge.
Apesar disso, para esses crentes, a verdade do Evangelho compensa a dor e o ostracismo que enfrentam.
Além das histórias de perseguição, Bruce Allen, da Missão FMI —Facilitar, Mobilizar e Inspirar —, aponta que muitos crentes de origem muçulmana enfrentam outro desafio: a conexão com demais cristãos.
Um casal do Marrocos, por exemplo, conheceu a Jesus durante uma viagem pela Europa. Nos anos seguintes, sua única comunidade cristã era um ao outro e seu filho.
Allen relata que, posteriormente, o filho foi para a universidade na Europa e conheceu um colega estudante marroquino que era cristão. "Ele ligou para os pais no Marrocos e disse: 'Há mais pessoas como nós!'”
Ele estava empolgado por ter encontrado outro crente marroquino. Com o tempo, ele conseguiu se conectar, por meio desse estudante, a alguns outros crentes."
Após anos se sentindo sozinhos em seu país, este pastor e sua família finalmente encontraram uma comunidade. No entanto, mesmo com essa conquista, eles enfrentam desafios únicos.
Identidade alterada
Em alguns países, a religião é um aspecto da identidade de uma pessoa monitorado pelo estado. A conversão pode ser legalmente complicada ou até mesmo impossível.
Allen afirma: “Se você nasce no Marrocos, por lei constitucional, você é muçulmano. Bem, agora eu não sou, mas não posso mudar esse cartão de identidade nacional. Não se trata apenas do Marrocos, mas conheço pessoalmente pessoas em outras nações de maioria muçulmana que não conseguiram nem mesmo se casar em seu país.”
A religião registrada no documento de identidade de uma pessoa influencia aspectos como com quem ela pode se casar, quais empregos pode ocupar, onde pode residir e quais escolas seus filhos podem frequentar. Além disso, muitas escolas em países de maioria muçulmana são de caráter religioso e enfatizam o ensino do Alcorão.
“Uma família cristã pode dizer: 'Eu não quero isso para meu filho.' Então, devo até enviar meu filho para a escola? Agora, a criança se torna analfabeta, e os pais também provavelmente são analfabetos, porque seus pais podem ter feito a mesma escolha por eles. Isso significa que, mesmo que a FMI trouxesse Bíblias impressas, eles não conseguiriam lê-las. É por isso que as Bíblias em áudio são tão importantes em muitas dessas sociedades orais, ou onde as taxas de alfabetização entre os cristãos são tão baixas”, diz Allen.
Acusação de blasfêmia
Para muitos crentes de origem muçulmana, o custo de seguir a fé em Cristo pode incluir a perda do emprego ou até mesmo a prisão.
Allen diz que um homem cristão que ele conhece, em um país de maioria muçulmana, está preso porque recebeu uma promoção no trabalho em detrimento de seus colegas muçulmanos.
“Seus próprios colegas, que apreciavam trabalhar com ele (e ele era dedicado, realizando seu trabalho com excelência, o que justificou sua promoção), voltaram-se contra ele. Acusaram-no de blasfêmia porque pensavam: ‘Não podemos deixar você ser elevado na sociedade acima de nós. Você é cristão, não muçulmano.’ Assim que essa acusação surgiu, mesmo ele não tendo cometido nenhuma blasfêmia, ele está definhando na prisão há cerca de quatro anos. Esse é o custo de seguir a Cristo em alguns países.”
Seguindo Jesus
Apesar do alto custo pessoal, muitos em nações de maioria muçulmana estão se voltando para a fé salvadora em Cristo. Eles estão cientes das renúncias que estão fazendo e antecipam a perseguição que poderão enfrentar. No entanto, ainda assim, escolhem dedicar suas vidas a Jesus.
É difícil, ou mesmo impossível, chegar fisicamente a esses irmãos e irmãs para ajudá-los a compartilhar seu sofrimento. No entanto, os cristãos ao redor do mundo podem levantar o corpo perseguido de Cristo em oração.
“Ore por comunhão. Penso nas brasas da lenha. Se essas brasas não estiverem próximas umas das outras, esfriam rapidamente. Mas se você as agrupar, aquele calor, aquele brilho continua. Ore para que eles vejam como podem refletir Jesus em sua sociedade, na vida cotidiana, no mercado, no café”, pede Allen.