Portas Abertas lança campanha global contra aumento da perseguição na África

A campanha “Desperta África: pelo fim da violência e início da cura” tem o objetivo de mobilizar a Igreja para apoiar cristãos perseguidos.

fonte: Guiame, com informações de Portas Abertas

Atualizado: Terça-feira, 15 Outubro de 2024 as 2:57

A missão está encorajando a Igreja a orar pelos cristãos perseguidos na África. (Foto: Reprodução/Portas Abertas)
A missão está encorajando a Igreja a orar pelos cristãos perseguidos na África. (Foto: Reprodução/Portas Abertas)

A missão Portas Abertas está promovendo uma campanha global de conscientização contra o aumento da violência e perseguição de cristãos na África.

A campanha “Desperta África: pelo fim da violência e início da cura” tem o objetivo de apoiar quatro milhões de cristãos em suas necessidades básicas, levantar um milhão de assinaturas para uma petição global e mobilizar milhões de igrejas em todo o mundo para orar, doar e falar da situação dos crentes na região, até 2027.

O tema “Desperta África” é conhecido pelos cristãos brasileiros que participaram do Domingo da Igreja Perseguida (DIP) 2024. No entanto, o desafio dos crentes na África Subsaariana, região ao sul do deserto do Saara, continua e exige mais atenção e ação da igreja global.

Em meio a violência extrema na África Subsaariana, ataques de grupos extremistas islâmicos e ameaças aos cristãos, há mais de 16 milhões de cristãos que foram forçados a fugir de suas casas e comunidades. 

Agora, eles vivem como deslocados em cabanas improvisadas, sem alimentação e água suficientes e estão sujeitos a todos os tipos de doenças, pois não há saneamento básico adequado.

Ambiente hostil para os cristãos

Segundo a missão, a África é o continente mais mortal para os cristãos. Mais de 4.500 seguidores de Jesus foram mortos na região no período de pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2024, entre 1 de outubro de 2022 e 30 de setembro de 2023.

Os cristãos que vivem em países da África Subsaariana, como Nigéria e Burkina Faso, estão sendo caçados por extremistas islâmicos. Vilas inteiras são destruídas, os homens são mortos, as mulheres e meninas são abusadas sexualmente e os meninos, quando não são assassinados, são obrigados a se juntarem ao exército de jihadistas.

A perseguição aos cristãos na África Subsaariana resultou na escassez alimentar, traumas, pobreza e desespero. Em resposta às necessidades dos cristãos perseguidos na região, a Portas Abertas lançou a campanha global Desperta África.

Dos 26 países onde os cristãos enfrentam maior violência por causa da fé, 14 estão na África Subsaariana: Eritreia, Nigéria, Sudão, Mali, Burkina Faso, Níger, República Centro-Africana, Etiópia, Moçambique, República Democrática do Congo, Camarões, Tanzânia, Uganda e Sudão do Sul.

Apesar das adversidades, a igreja na região se mantém firme, porém, necessita da atenção e do apoio de cristãos ao redor do mundo. 

Assim, desde o início dos anos 1990, a Portas Abertas tem apoiado cristãos na área por meio de parcerias com as igrejas locais.

Relato de cristã perseguida em ataque na Nigéria

Magdalene é uma cristã perseguida que sobreviveu a um ataque na Nigéria. No entanto, ela presenciou o assassinato de alguns cristãos no Natal de 2023.

“A vida se tornou tão difícil para mim. Quando eu me deito à noite, eu vejo tudo acontecer de novo”, disse ela à Portas Abertas. 

Um grupo extremista invadiu a comunidade de Magdalene e chegou atirando. Cerca de 11 pessoas se esconderam na casa onde ela estava. 

“Eles vieram até mim e puxaram a tábua de madeira que eu segurava para me proteger. Eles nos golpearam com facões. Eles me cortaram na cabeça. Eles cortaram meu bebê. Imediatamente, seus gritos ficaram fracos. Eu ainda o segurava. Levantei minha mão para me proteger. Foi quando eles cortaram meu dedo”, relembrou ela.

“Eles encontraram uma mulher com seu bebê de dois meses e os mataram no quarto. Na sala de estar, outra mulher com seu bebê estava escondida. Eles mataram a mãe, mas não o bebê”, acrescentou.

Além de assassinar os cristãos, os jihadistas incendiaram toda a comunidade, e a cristã viu sua casa pegando fogo. A criança que chorava pela morte da mãe ficou no quarto, e Magdalene não conseguiu socorrê-la por causa das chamas. 

“O bebê chorou e morreu na minha frente. Eu não conseguia entrar. Então, clamei a Deus”, disse ela.

Após o massacre, Magdalene conseguiu fugir com outros sobreviventes. Porém, ela ainda lida com as lembranças diariamente. 

A cristã recebeu apoio de parceiros locais da Portas Abertas e está passando por um treinamento para resistir à perseguição e superar seus traumas. 

“Fiquei muito feliz. Os treinamentos, a Palavra de Deus e os versículos bíblicos são encorajadores. Não estou mais em desespero”, concluiu.

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