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À medida que o feriado de carnaval se aproxima, pastoras e líderes cristãs estão aconselhando os pais sobre como orientar os filhos sobre as festas de carnaval nas escolas.
Nesse período, muitas empresas e instituições realizam festas temáticas aderindo a celebração no Brasil. Atualmente, até as escolas organizam “bloquinhos” na semana do feriado.
Com isso, muitos cristãos ainda têm dúvidas sobre como lidar com esses eventos nas escolas de seus filhos.
Refletindo sobre a promiscuidade do carnaval na sociedade e trazendo à luz os princípios da Bíblia, pastoras orientaram os pais a respeito do tema.
Maressa Araújo, conhecida por orientar os pais a educar seus filhos com os princípios de Cristo, destacou que é preciso ensinar as crianças o porquê eles não devem participar desses eventos:
“Só proibir não ensina. Pelo contrário, pode até gerar mais curiosidade e afastá-los de nós e de Deus”.
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Ela ressaltou a importância de ensinar sobre o carnaval na linguagem das crianças para que a explicação faça sentido para a realidade delas.
“O Carnaval começou como uma ’despedida’ antes da quaresma, um período de jejum e purificação. Mas, com o tempo, essa festa se tornou um momento de excesso, carnalidade e vale-tudo”, explicou Maressa.
Em seguida, ela apresentou 3 motivos bíblicos pelos quais ela e sua família escolhem não participar de festas de carnaval:
1. Devemos escolher o que agrada a Deus;
2. Nossa alegria vem de Deus, não do mundo;
3. Somos chamados para viver de forma diferente.
“A verdade é que o Carnaval é uma festa feita para agradar a carne, mas a alegria que ele oferece é passageira. Quando a festa acaba, tudo volta ao normal. Mas quem tem Jesus, tem alegria de verdade todos os dias. Como filhos de Deus, não precisamos seguir o que todo mundo faz, escolhemos viver para agradar a Deus”, afirmou ela.
‘Nada é neutro’
Em um vídeo, a pastora Tatiane Joslin respondeu a pergunta: “Carnaval na escola, levar ou não levar?”.
Tatiane citou a passagem bíblica em João 6.63, que diz: “O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite”. Em seguida, ela afirmou:
“Não nos importa qual foi a origem ou a motivação inicial do carnaval, o fato é que o carnaval na nossa cultura se tornou uma festa recheada de promiscuidade, de drogas, de pecado. Resumindo, é uma festa onde os desejos da carne são alimentados”.
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Segundo a pastora, o carnaval aflora e celebra o que há de pior na humanidade. Então, quando uma escola faz uma festa a fantasia justamente na época do carnaval, ela reforça essa celebração.
“Como eu sempre falo: ‘Nada do que nós fazemos com as crianças é neutro, tudo passa uma mensagem’. Então, a gente tem que ter muita sabedoria e bom senso. Você decide levar o seu filho na festinha do carnaval da escola a vida inteira, mas espera que ele rejeite o carnaval na sua adolescência, não faz sentido”, relatou Tatiane.
E continuou: “As crianças não fazem só o que elas querem e bem entendem. Elas precisam aprender a lidar com frustrações e com renúncias”.
A origem do Carnaval
A pastora Ana Laura Almeida também refletiu sobre o tema em suas redes sociais e aproveitou a oportunidade para explicar sobre a origem do carnaval:
“Não sei se todos sabem, mas carnaval não surgiu no Brasil. Antigamente, existiam muitas festas pagãs na Europa e a igreja católica não via essas festas com bons olhos, então, procurou ressignificá-las dando-lhes um senso mais cristão. Então, durante a Alta Idade Média, foi criada a Quaresma — período de 40 dias antes da Páscoa caracterizado pelo jejum. Tempo depois, as festividades realizadas pelo povo foram concentradas nesse período e nomeadas de ‘carnis levale’ origem da palavra ‘carnaval’ em latim, cujo significado é ‘retirar a carne’”.
Dessa forma, a igreja pretendia manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa. Nesse momento, o carnaval estendia-se durante várias semanas, entre o Natal e a Páscoa.
“Esse período está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e também ao controle dos prazeres mundanos. Isso demonstrava uma tentativa da Igreja Católica de controlar os desejos dos fiéis”, contou a pastora.
Conforme ela, no Brasil, o carnaval se iniciou no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma brincadeira de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escravos. Nela, as pessoas saíram às ruas sujando umas às outras, jogando lama, urina, etc. O estrudo foi proibido em 1841, mas continuou até meados do século XX.
“Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Muita sensualidade e adoração ao corpo e aos prazeres da carne começaram a fazer parte dessa festa no Brasil”, destacou ela.
Em seguida, a pastora alertouque durante o período do carnaval — que se tornou literalmente a festa da carne — o índice de estupro, pedofilia, morte por overdose, gravidez indesejada e consequentemente abortos aumentam consideravelmente.
Além disso, também existe uma grande ligação do carnaval com o candomblé, onde demônios são soltos nesse dia.
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“Sabendo de todos esses fatos, você acha que convém que seu filho pule no bloquinho escola?”, perguntou a pastora ao público.
“‘Tudo me é permitido, mas nem tudo convém’. Eu acredito que cada pai e mãe precisa ter sabedoria e discernimento para edificação da sua casa”, acrescentou.
Por fim, ela deixou algumas dicas para ajudar as famílias a orientarem seus filhos à luz da Palavra de Deus:
1. Converse com seu filho sobre o que se tornou carnaval no Brasil;
2. Fale sobre os princípios e valores do Reino que são diferentes nesse mundo;
3. Programe um passeio nesse dia, algo divertido, mais legal que a programação da escola;
4. Se a sua igreja promove encontros ou retiros no carnaval, participe e inscreva seus filhos.