“Os mandamentos não são para controlar, mas para Deus se revelar”, ensina pastor

Para o pastor Joel Engel, no Sinai, Deus não entregou apenas mandamentos, mas um convite ao relacionamento pessoal.

fonte: Guiame, Luana Novaes

Atualizado: Quinta-feira, 12 Junho de 2025 as 6:49

Imagem ilustrativa gerada por IA.
Imagem ilustrativa gerada por IA.

O pastor Joel Engel mergulhou na cena do Monte Sinai para revelar um aspecto essencial dos Dez Mandamentos: mais do que normas, Deus ofereceu um convite ao relacionamento íntimo com o Seu povo. 

“Deus não chega simplesmente com mandamentos, mas com relacionamento”, destacou o pastor em ministração nesta terça-feira (10). 

Com base no Talmud, Engel explicou que as Tábuas da Aliança entregues a Moisés eram dois blocos de pedra quadrados, com cerca de 54 centímetros de altura e espessura — bem diferentes das representações populares com o topo arredondado. Além disso, o conteúdo das tábuas ia além do que os olhos podiam ver.

“A Torá afirma que as palavras estavam ‘inscritas de ambos os lados’ (Êxodo 32:15). Isso significa que a gravação atravessava completamente a pedra. A escrita era visível e legível de qualquer lado.”

Essa inscrição sobrenatural reforça, segundo o pastor, o poder da Palavra de Deus. Ela não era apenas ouvida, mas também “vista”.

“No Sinai, Deus falou com milhares de pessoas, mas se dirigiu a cada um pessoalmente: ‘Eu sou o Senhor, teu Deus’. O Senhor se apresenta para seus filhos pessoalmente.”

Outro detalhe que Engel trouxe foi a respeito da origem das segundas tábuas, após Moisés ter quebrado o primeiro conjunto ao descer do monte e encontrar o povo adorando um bezerro de ouro. Segundo ele, o novo material foi extraído de uma pedreira de safira revelada pelo próprio Deus.

“As tábuas foram feitas de safira, uma pedra preciosa de grande valor. Após a quebra do primeiro conjunto, Deus revelou a Moisés um depósito de safira sob sua tenda. Moisés usou parte da pedra para esculpir as segundas tábuas e ficou com o restante — o que teria sido a fonte de sua riqueza pessoal.”

É o que diz Êxodo 34:1: “Ele lhe mostrou uma pedreira de safira e disse: ‘As sobras serão tuas.’”

Engel destacou ainda que Moisés é um exemplo de alguém que não buscava recompensas materiais, mas apenas agradar o Senhor: “Deus valoriza pessoas como Moisés. Ele só queria agradar a Deus. Com ele, Deus falava face a face — porque Moisés era interessado em estar sempre pronto para buscar o Senhor.”

Mandamentos ou revelações?

Para o pastor, o maior equívoco ao ler os Dez Mandamentos é enxergá-los apenas como proibições. Ele aponta que, segundo a tradição judaica, o primeiro mandamento não é uma ordem, mas uma revelação da identidade e do amor de Deus.

“O Primeiro Mandamento não é uma ordem, é uma revelação”, ressalta.

Engel explica que há uma diferença significativa entre a forma como os mandamentos são apresentados na tradição judaica e na visão cristã ocidental:

- Visão cristã (Êxodo 20:3): “Não terás outros deuses diante de mim.”

“Essa leitura enfatiza a proibição da idolatria, refletindo a preocupação do contexto romano com os muitos deuses e práticas pagãs.”

- Visão judaica (Êxodo 20:2): “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.”

“Aqui, Deus se apresenta como libertador — alguém que deseja ser conhecido, e não apenas obedecido.”

E explica: “A visão que recebemos no cristianismo foca em adorar somente o verdadeiro Deus, ou seja, em não idolatrar. Mas na visão judaica, que Moisés recebeu, o povo é levado a conhecer a Deus como libertador.”

613 mandamentos, um objetivo

Segundo Engel, a tradição judaica reconhece 613 mandamentos na Torá — sendo 248 positivos (“faça isso”) e 365 negativos (“não faça isso”). No entanto, ele enfatiza que Jesus trouxe um entendimento mais profundo da fé.

“Jesus veio nos ensinar que a vida eterna não é simplesmente cumprir todos os mandamentos, mas conhecer a Deus.”

Ou seja, não se trata apenas de seguir regras, mas de entrar em uma jornada contínua de comunhão com o Criador. Para Engel, o que toca o coração de Deus é justamente isso: “O que mais vai agradar a Deus é que você o conheça.”

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