Aline Santos, pastora de inclusão na Igreja Batista Atitude, no Rio de Janeiro, emocionou ao compartilhar um vídeo ensinando sobre o batismo a um menino autista.
A pastora no “Atitude Kids” é líder do ministério de inclusão na igreja. No Instagram, Aline compartilha dicas de como ensinar o Evangelho para crianças atípicas.
No dia 9 de agosto, ela mostrou um momento onde ensina sobre o batismo a um menino autista de 9 anos.
“Separei uns pedacinhos do momento em que converso com esse profeta que quer se batizar. Apresento como será o local, o que vai ter, como será a ceia depois e vejo como é o entendimento dele sobre quem é Jesus em seu batismo”, explicou a pastora.
Com fotos nas mãos, ela apresenta ao menino como é feito o batismo e diz: “Eu batizei todas essas crianças, eu batizo muitas crianças. Mas, sabem quem também batizou?”.
Ao mostrar uma imagem representativa de Jesus, o menino o reconhece e ela pergunta: “Quem é esse que está se batizando?”.
“Jesus”, respondeu ele. E Aline acrescentou: “E João Batista batizou Jesus, né? Bom, você já viu como é o batismo. Tá tudo bem até aqui? E você já sabe depois o que acontece, que é a ceia, né?”.
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‘Jesus salva’
Depois de confirmar se o menino entendeu tudo o que foi explicado, Aline partiu para o ponto-chave da conversa.
“Agora eu tenho uma pergunta muito importante para fazer para você”, disse ela, mostrando uma figura ilustrativa de Jesus em uma mão e na outra a imagem de um Papai Noel.
“Quem aqui vai entrar com você na piscina? Quem é a pessoa que limpa os pecados, que salva, quem é?”, perguntou a pastora.
Sem hesitar, o menino respondeu: “Tá na cara que é Ele [apontando para Jesus]”.
“Então, nesse dia que você aceitou Ele, Ele te salvou. Agora, o que você vai fazer no batismo, você vai dizer para todo mundo que esse Jesus aqui que te salvou é quem vai te guiar por toda a vida”, declarou Aline.
A pastora é autora do livro “Inclusão de Crianças na Igreja” e ministra o curso “A Caminho da Inclusão”, onde mais de 10 mil líderes já foram treinados.
Inclusão na Igreja
O Transtorno do Espectro Autista, conhecido como TEA, afeta as habilidades de interação social, de comunicação e gera repetição de comportamentos padronizados.
No Brasil, estima-se que mais de 2 milhões de brasileiros tenham o transtorno. O cálculo se baseia em estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência pública de saúde dos Estados Unidos.
Com o crescente número de diagnósticos no país, preparar a igreja local para tornar seu ambiente mais acolhedor para esse público se tornou uma tarefa urgente.
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“Nós aqui no Atitude Kids temos como prática no final de cada domingo, de cada lição adaptada, ensiná-los a falar palavras de agradecimento ao Senhor como: ‘Obrigado Jesus’ ou ‘Nós te amamos. A gente faz isso constantemente, com as crianças mais desafiadoras, aquelas que oralizam bem pouco e o resultado é lindo, porque a Palavra de Deus não volta vazia”, explicou Aline.
“Sempre falo para os meus alunos usarem e abusarem de recursos visuais para chamar a atenção das crianças. Dessa forma você ministra o princípio de forma clara e objetiva”, relatou ela, em outra publicação.
Angélica Cruz testemunhou sua experiência em priorizar um bom acolhimento para sua filha Elisa, que é autista. Ela é membro da Igreja Atitude em Rio das Ostras e contou:
“Quando nós chegamos na igreja era um culto com a temática autista. Elisa chegou e correu até o altar, abriu os braços e começou a adorar. E desde então, estamos lá. A Elisa é muito amada, nós fomos muito bem acolhidos”.
“Elisa participa de tudo e tudo de uma maneira inclusiva. As lições da Elisa da igreja são todas adaptadas, ela é ministrada e se sente parte daquela igreja”, afirmou a mãe.
Elisa chegou na igreja sem falar. Hoje, ela fala, canta, dança e adora. Seus pais agradecem a Deus pelos avanços e por todas as pessoas que fazem esse trabalho acolhedor.
“Temos uma equipe que trabalha aos cuidados da Elisa, uma igreja que zela pela vida dela desde a recepção até o culto kids. É um amor e trabalho em conjunto. Somos amados, respeitados e incluídos. Tenho tranquilidade em ir para a igreja e ver minha filha feliz porque ela se sente em casa. Isso não tem preço, não tem nada mais valioso do que uma igreja acessível”, disse Angélica.
“Hoje eu posso dizer que existe cura para o autismo, a cura se chama amor. A cura para o autismo se chama comunidade cristã, família da fé. Se nós encontrarmos um lugar que tenha essas características, você pode ter certeza que essa família vai se desenvolver e essa criança vai muito além das expectativas médicas. Então eu só agradeço a Deus”, acrescentou a mãe.
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No Instagram, Aline deu seis dicas para de como a igreja pode incluir crianças com necessidades específicas no ministério infantil:
1. Seja natural. Somos todos humanos, só que com algumas diferenças;
2. Trate com respeito. Respeite a família e a criança;
3. Seja criativo. Utilize o que está à sua disposição para trabalhar da melhor maneira e alcançar o coração de todas as crianças;
4. Informe-se das leis. É importante saber as leis que abordam esse grupo de crianças;
5. Reveja o ambiente previamente. Elabore materiais, recursos visuais;
6. Ensine de forma simples. A linguagem deve ser clara e as atividades curtas.
“Que lindo. Parabéns Pastora por esse momento individual e tão importante. Sou mãe de criança atípica e vemos que ainda falta tanto na igreja para incluir as crianças”, comentou uma mãe.
E outra acrescentou: “Que possamos ter vários ministérios como esse em todas as igrejas”.