Após o recente sequestro de um avião da Samaritan's Purse, o evangelista Franklin Graham, CEO da missão, informou que o piloto evangelizou o sequestrador durante o crime.
O sequestro ocorreu no dia 2 de dezembro enquanto a aeronave transportava ajuda humanitária para o Sudão do Sul. Depois que o piloto conseguiu pousar com segurança, o suspeito foi detido e não houve registro de feridos graves.
Na última semana, Graham conversou com o piloto que descreveu detalhes de quando o sequestrador se infiltrou a bordo e tentou assumir o controle do avião.
Segundo o evangelista, o piloto tentou convencer o homem a não ir em frente com seu plano. No entanto, o sequestrador ameaçou matá-lo.
"Então, o piloto percebeu que aquilo não ia acabar bem e disse: 'Vou apenas dizer a ele que Deus o ama'. O homem se rendeu, e por isso somos gratos”, afirmou Graham.
"Trabalhamos em regiões perigosas do mundo; isso faz parte do trabalho”, acrescentou.
Relembre o caso
A Samaritan's Purse informou que a aeronave — um Cessna Grand Caravan usado exclusivamente em operações na África — seguia para Maiwut, levando medicamentos destinados a uma unidade médica móvel da missão sediada na Carolina do Norte (EUA).
Durante o trajeto, um homem armado que havia embarcado clandestinamente anunciou o sequestro. Além do piloto, um funcionário da organização também estava a bordo.
Na ocasião, o piloto conseguiu pousar em Wau, no Sudão do Sul, onde o Serviço Nacional de Segurança do país prendeu o suspeito.
O sequestrador foi identificado como Yasir Mohammed Yusuf. Conforme a Associated Press, ele reside na Área Administrativa de Abyei, região rica em petróleo disputada entre Sudão e Sudão do Sul.
Em nota, a Samaritan’s Purse declarou: “Louvamos a Deus por ninguém ter ficado gravemente ferido e somos gratos às forças de segurança pelo apoio e pela rápida atuação no local para resolver a situação e garantir um desfecho seguro”.
Outros episódios de risco
A organização cristã atua há anos no Sudão do Sul e já enfrentou outros episódios de risco. Em 2017, oito funcionários foram sequestrados na região de Mayendit, supostamente por rebeldes locais, mas acabaram libertados ilesos. Na época, a organização negou que tenha havido pagamento de resgate.
Recentemente, em novembro, um avião contratado pela organização caiu enquanto transportava duas toneladas de suprimentos de Juba para áreas afetadas por enchentes. Todas as três pessoas a bordo morreram.
A aeronave, operada pela Nari Air, caiu a aproximadamente 19 quilômetros da pista de pouso de Leer, no condado de Leer, localizado perto da fronteira com o Sudão.