'Brincar de Deus': Cientistas criam 1º primeiro bebê com DNA de 3 pais

Pelo menos 5 bebês geneticamente modificados já nasceram no Reino Unido.

fonte: Guiame, com informações do The Guardian e Answers in Genesis

Atualizado: Sexta-feira, 12 Maio de 2023 as 2:30

Procedimento científico que altera DNA humano é questionado. (Foto representativa: Unsplash/Julia Koblitz)
Procedimento científico que altera DNA humano é questionado. (Foto representativa: Unsplash/Julia Koblitz)

A Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia (HFEA) revelou que “pelo menos” 5 bebês transgênicos foram criados no Reino Unido desde que procedimentos controversos foram legalizados.

Dos bebês geneticamente modificados, o mais recente pertence a três indivíduos diferentes, ou seja, de três pais, o que subverte a lógica da maioria dos nascimentos. 

A técnica bastante polêmica ainda está em desenvolvimento e as autoridades britânicas — primeiros no mundo a aprovar esse tipo de procedimento científico — não querem informar o número exato de bebês nascidos assim, alegando questões de privacidade que envolvem a identidade das crianças, conforme notícias do The Guardian.

Sobre a técnica

Um procedimento inovador de fertilização in vitro visa impedir que as crianças herdem doenças incuráveis, é realizado a partir do tratamento de doação mitocondrial (MDT). 

A técnica usa tecido de óvulos de doadoras saudáveis ​​para criar embriões livres de mutações nocivas que suas mães carregam e provavelmente passarão para seus filhos.

Como os embriões combinam o esperma e o óvulo dos pais biológicos com minúsculas estruturas semelhantes a ‘baterias’ chamadas mitocôndrias do óvulo do doador, o bebê resultante tem DNA da mãe e do pai, como sempre, além de uma pequena quantidade de material genético — cerca de 37 genes do doador.

O processo levou à expressão “bebês com três pais”, embora mais de 99,8% do DNA dos bebês venha da mãe e do pai. A pesquisa sobre MDT, também conhecida como terapia de substituição mitocondrial (MRT), foi iniciada no Reino Unido por médicos do Newcastle Fertility Centre.

Efeitos desconhecidos

Conforme o The Christian Institute, o professor Robin Lovell-Badge, do Instituto Francis Crick de Londres, questionou se os bebês estariam realmente “livres de doenças mitocondriais e se há algum risco de desenvolverem problemas mais tarde na vida”.

O Reino Unido foi o primeiro país do mundo a aprovar leis que permitem o uso de doação mitocondrial de fertilização in vitro e é possível que problemas com a técnica possam surgir daqui a algumas décadas, pois requer a mudança da linhagem germinativa humana.

O vice-diretor do veículo de comunicação, Ciarán Kelly, disse: “Agora estão surgindo evidências de que bebês criados por meio de doação mitocondrial ainda correm o risco de desenvolver doenças potencialmente fatais.

‘Seres humanos não são cobaias’

“Como cristão e diretor do Centro de Bioética da Universidade de Cedarville, não estou tranquilo. Apesar de toda a conversa simplória, os perigos são reais. Somente a Palavra de Deus fornece a perspectiva infalível de que a humanidade precisa para evitar o desastre”, alertou  Bill Joy, co-fundador da empresa de tecnologia Sun Microsystems. 

Para ele, os avanços recentes na genética são realmente assustadores e os perigos são tão extremos, conforme escreveu ao Answers in Genesis. 

O cientista He Jiankui afirmou que o conhecimento da edição de genes ainda é muito limitado para começarmos a manipular humanos dessa maneira: “Cristãos devem se juntar ao apelo para que os cientistas exerçam moderação quando se trata desse tipo de tecnologia”.

“Claramente, chega-se a um ponto em que nossa mordomia da criação de Deus para e começa a ‘brincar de Deus’. Os embriões usados ​​nesta pesquisa são seres humanos feitos à imagem de Deus, não cobaias para fazermos experimentos”, concluiu. 

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