
Após a confirmação de uma nova adaptação de "As Crônicas de Nárnia" para a Netflix, os fãs da produção estão criticando a autora Greta Gerwig por escolher uma mulher para interpretar o personagem ‘Aslan’.
No início deste mês, o portal Deadline informou que a atriz e vencedora do Oscar, Meryl Streep — conhecida por interpretar Miranda no filme “O Diabo veste Prada” — está sendo considerada para interpretar Aslan.
No entanto, a atriz ainda não foi confirmada oficialmente, pois as duas partes "ainda não chegaram a um acordo".
Enquanto as negociações seguem, a notícia se espalhou e gerou indignação nos fãs da produção de cunho cristão.
"A reação cristã foi rápida e forte, e por um bom motivo. Porque não se trata apenas de Nárnia — trata-se de Cristo", relatou Katy Faust ao portal Blaze Media.
E continuou: "C.S. Lewis não inventou Aslan como um personagem encantador ou um recurso literário inteligente. Ele foi explícito: Aslan é Jesus".
"Manipular Aslan é uma tentativa de manipular Cristo. Aslan está passando por uma transformação feminina não para representar o Senhor, mas para enfraquecê-Lo. Fazer isso reflete um esforço cultural mais profundo: a feminização de Jesus", acrescentou.
‘Isso não é sobre Nárnia’
Já a blogueira Annie Crawford contou à revista cristã ‘Salvo’: "Mudar o gênero do Leão, do Rei, do Filho Encarnado, que simbolicamente representa Cristo, é alterar completamente a estrutura e o significado da obra de Lewis".
O autor Aaron Earls disse ao The Wardrobe Door: “Esta seria uma decisão horrível por todos os motivos possíveis. A arte não deve depender do voto popular, mas as adaptações de obras já existentes precisam dar a maior voz à obra original. Greta e a Netflix têm liberdade para desenvolver uma série de filmes sobre um mundo de fantasia criado e governado por uma leoa, mas isso não é mais sobre Nárnia".
Após a repercussão do caso, há uma petição no Change.org pedindo à Netflix que "Preserve o Gênero de Aslan".
"Não se enganem, um Aslan alterado é um Aslan falso. A integridade do personagem deve ser preservada a todo custo”, diz o documento.
A nova adaptação
Em 2023, Greta fechou um acordo com a Netflix para escrever e dirigir pelo menos dois filmes da série de sete livros.
Em um comunicado na época, Ted Sarandos, diretor de conteúdo da Netflix, disse:
"As adoradas histórias de As Crônicas de Nárnia, de C.S. Lewis, repercutiram entre gerações de leitores em todo o mundo. Famílias se apaixonaram por personagens como Aslan e por todo o mundo de Nárnia, e estamos muito felizes em ser o lar delas por muitos anos".
Conforme o acordo entre a Netflix e a The C.S. Lewis Company, a plataforma de streaming irá desenvolver histórias ambientadas no universo de Nárnia em formatos de séries e filmes.
Greta informou que seu objetivo ao criar novas adaptações cinematográficas para a Netflix é dar aos espectadores um "reencantamento mágico do mundo".
No entanto, se os rumores sobre o papel de Meryl forem verdadeiros, a aguardada série pode não atender a expectativa.
O site de filmes cristãos Movieguide alertou: "Escalar Meryl como Aslan certamente seria um desastre para o projeto. Nos livros, Aslan é claramente masculino e — fundamental para a história — é uma representação de Cristo. Mudar de gênero revela claramente que a Netflix e a Greta não entendem a mensagem de Lewis simbolizada por Aslan".
"Alterar o gênero de uma personagem central, que era parte integrante do livro, é intencionalmente se afastar demais do material original. E parece que Greta está tentando fazer uma crítica política sobre o empoderamento feminino. Wokificar 'Branca de Neve' não funcionou. Parece tolice fazer o mesmo com Nárnia", disse o apresentador Jason Rantz.
O primeiro filme adaptado por Greta é o sexto romance de C.S. Lewis, O Sobrinho do Mago, que conta a origem de Nárnia e é centrada nos personagens Digory Kirke e Polly Plummer. Eles descobrem o mundo paralelo por meio da magia do tio de Digory.