O evangelista Franklin Graham condenou o massacre de civis cometido pelo grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido do Sudão (RSF) e denunciou a natureza extremista do grupo islâmico, no Sudão.
No dia 27 de outubro, o grupo rebelde tomou el-Fasher, assumindo o poder da última cidade controlada pelo governo no estado de Darfur, segundo a Associated Press.
As RSF já haviam expulsado as tropas do exército sudanês da região nas últimas semanas, na guerra contra as Forças Armadas Sudanesas (SAF) que já dura mais de 2 anos.
Conforme o governo do Sudão, mais de 2.000 civis foram mortos desde que os rebeldes tomaram a cidade.
Vídeos, verificados pela imprensa, mostram combatentes da RSF realizando execuções dentro e ao redor de el-Fasher após a tomada da cidade.
Imagens de satélite, revisadas pelo Laboratório de Pesquisa Humanitária de Yale, também revelaram montanhas de corpos em áreas rurais, confirmando os assassinatos em massa.
Um vídeo mostrou um rebelde da RSF atirando em um homem desarmado sentado entre dezenas de cadáveres, em um prédio de uma universidade. Outra gravação exibiu um combatente conhecido como Abu Lulu abrindo fogo contra nove prisioneiros desarmados, enquanto membros da RSF aplaudiam.
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Segundo o Monitor do Oriente, alguns dos vídeos foram filmados pelos próprios rebeldes, enquanto massacraram civis que tentavam fugir de el-Fasher.
"Um massacre está ocorrendo no Sudão e o mundo praticamente o ignorou. A cidade de el-Fasher foi tomada pelo RSF, que tem assassinado sistematicamente milhares de pessoas, indo de casa em casa. Recebi vídeos de pilhas de corpos e de pessoas sendo alvejadas na cabeça”, afirmou Franklin Graham, em postagem no Facebook.
O evangelista explicou que não pode compartilhar as imagens das atrocidades por serem muito pesadas e explícitas.
“São demasiado gráficos para compartilhar no Facebook. Eles estão apenas matando por matar. Esta é a cara do Islã radical”, denunciou.
O filho de Billy Graham pediu oração pela situação no país. “Trabalhamos no Sudão há mais de 30 anos e os nossos corações se partem por este país. Ore pelas pessoas inocentes – homens, mulheres e crianças – que estão sendo assassinadas enquanto você lê isto”, afirmou.
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Guerra civil
Conforme a Missão Portas Abertas, a guerra civil entre a RSF e as Forças Armadas Sudanesas iniciou em abril de 2023.
Os rebeldes e as forças do governo disputam pelo controle de partes do Sudão e de seus recursos naturais. O conflito já matou mais de 40.000 pessoas. Houve várias tentativas de mediação de paz, porém todas fracassaram.
Além disso, mais de 14 milhões de sudaneses se tornaram deslocados para fugir da violência. Mais de 4 milhões se refugiaram em países como Chade, Etiópia, Sudão do Sul, Uganda e Egito.
Abuso sexual de crianças e mulheres
A Portas Abertas relatou que atrocidades têm sido cometidas contra civis durante a guerra civil.
“A guerra tem deixado um rastro de traumas. O povo sudanês testemunhou e sofreu atos horríveis pelas mãos da SAF e RSF: violência sexual e física, tortura e execuções. Relatórios chocantes revelam que mulheres, meninas e até crianças menores de cinco anos sofreram violência sexual. Esse tipo de violência é usado como arma de guerra para aterrorizar e traumatizar civis”, afirmou.
“Homens e meninos civis também não são poupados neste conflito. Eles são frequentemente os primeiros a morrer em conflito, e também enfrentam violência sexual’, acrescentou.
O Sudão ainda enfrenta a pior crise humanitária e de fome do mundo atualmente, que foi agravada pelo conflito.
Mais de 30 milhões de pessoas precisam de ajuda, mas ambos os lados do conflito continuam restringindo o acesso de organizações humanitárias ao país, segundo a Portas Abertas.
Além de serem afetados pela guerra, os cristãos no Sudão (4% da população) ainda enfrentam a perseguição por parte da SAF e RSF, que são seguidores do Islã.
“Aqueles que persistem em seguir a Jesus são marginalizados onde quer que estejam. Apesar disso, muitos líderes cristãos afirmam querer que a Igreja permaneça no Sudão e os cristãos perseverem em sua fé”, relatou a Portas Abertas.
O Sudão ocupa a 5ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas.