
O ritual de circuncisão, conhecido como metzitzah, é comum entre mais de um milhão de judeus ortodoxos que vivem em Nova York, EUA. Durante o procedimento, o mohel – que realiza a circuncisão – suga, com a boca, o sangue causado pelo corte no pênis do bebê, depois de remover o prepúcio.
Depois de receber rigorosas críticas, governantes nova-iorquinos chegaram a um acordo com os líderes judaicos, nesta terça-feira (24), sobre o rito religioso. O acordo faz parte de um esforço para minimizar os riscos de saúde dos bebês, que correm risco de serem contaminados com herpes por causa do procedimento.
Nos termos do acordo, que deve ser aprovado pelo Conselho de Saúde, hospitais e médicos de Nova York, é solicitado que as informações sobre os riscos de saúde sejam distribuídas. Se uma criança sofrer de herpes por conta da circuncisão, o Conselho Rabínico concordou em cooperar, pela primeira vez, com as autoridades de saúde na identificação do mohel envolvido.
Se for comprovado o envolvimento do mohel na infecção da criança, através de exames de DNA, ele será banido pelo departamento de saúde de exercer o ritual.
Tentativas anteriores
Em 2012, o Conselho Municipal de Saúde de Nova Iorque passou a exigir que os mohels obtivessem uma autorização, onde os pais reconheceriam o risco de infecção por herpes, depois que funcionários identificaram 11 casos de bebês contaminados após circuncisões
Em bebês, as infecções podem causar graves danos cerebrais ou morte, disseram funcionários. Líderes rabínicos tentaram bloquear a exigência dos “formulários de consentimentos”, e um tribunal foi definido para decidir se o requerimento infringiu a liberdade de religião, constitucionalmente protegida.
"O governo irá seguir uma política centrada em torno da educação dos riscos de saúde, em favor da comunidade, dos cuidados de saúde e do respeito pelas práticas religiosas tradicionais", disse o comunicado da administração.