Indi Gregory, uma bebê britânica de 8 meses, morreu nesta segunda-feira (13) após ter os aparelhos desligados por ordem da Justiça, no Reino Unido.
A menina sofria de uma doença mitocondrial grave que impede as células do corpo de produzirem energia. A condição foi classificada como incurável pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS).
Os pais da bebê, Claire Staniforth e Dean Gregory, contrários ao desligamento dos aparelhos, entraram em um batalha judicial para manter a filha viva. A família fez um apelo para que Indi fosse transferida para a Itália, a fim de receber um tratamento experimental no Hospital Pediátrico Bambino Gesù, em Roma.
O governo italiano concedeu cidadania à Indi e pagaria por todo o tratamento. Porém, o esforço internacional não conseguiu anular as decisões dos tribunais do Reino Unido de desligar os aparelhos.
Na sexta-feira (10), os juízes decidiram que o suporte de vida deveria ser retirado imediatamente e negaram o pedido da família de levar Indi para casa.
Em comunicado, o pai informou que a menina faleceu às 1h45 de hoje, nos braços da mãe, e disse que a família está arrasada com a situação.
“Claire e eu estamos com raiva, com o coração partido e envergonhados”, afirmou Dean. “O NHS e os tribunais não só lhe tiraram a oportunidade de viver uma vida mais longa, mas também lhe tiraram a dignidade de falecer na casa da família a que pertencia”, denunciou.
E completou: "Eles conseguiram tirar o corpo e a dignidade de Indi, mas nunca poderão tirar a alma dela. Eles tentaram se livrar de Indi sem ninguém saber, mas garantimos que ela seria lembrada para sempre. Eu sabia que ela era especial desde o dia em que nasceu”.
Luta pela vida
Indi estava internada no Queen's Medical Centre, em Nottingham, porém os médicos afirmaram que não havia mais nada a se fazer por ela.
O juiz Robert Peel, que autorizou o desligamento dos aparelhos, tentou justificar dizendo que estava “com o coração pesado”, mas que chegou à conclusão de que “a expectativa de vida da menina é curta e que não há nenhuma perspectiva de recuperação”.
Os pais, por outro lado, alegaram que ela precisa de “mais tempo” e que estavam preparados para “fazer o que for necessário” para lutar pela vida da filha.