Paquistão decide não mais tratar cristãos pejorativamente, agora será 'povo do Messias'

Cristãos não serão mais nomeados pela Justiça do Paquistão por nomes pejorativos.

fonte: Guiame, com informações da FSSPX.Actualités

Atualizado: Segunda-feira, 13 Novembro de 2023 as 9:51

Suprema Corte do Paquistão. (Foto: Wikimedia Commons/Mhtoori)
Suprema Corte do Paquistão. (Foto: Wikimedia Commons/Mhtoori)

Uma mudança inesperada ocorreu em favor da comunidade cristã no Paquistão — um dos piores países para quem se decide por Cristo.

O Supremo Tribunal retirou o termo “Isai” que era usado para os cristãos, substituindo por “Masihi” criando assim um precedente para outros departamentos governamentais, conforme a agência de notícias da FSSPX.

A decisão tomada tem como objetivo acabar com a mentalidade discriminatória e teve a aprovação do Conselho de Ideologia Islâmica.

Como são tratados os cristãos no Paquistão

O Paquistão ocupa o 7º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Portas Abertas.  Por lá, os cristãos são perseguidos violentamente e chamados de “Isai”, um termo histórico de conotação pjorativa para enquadrar cristãos na discriminação de castas.

A palavra “Isai” em urdu — um dos dialetos árabes —  deriva de “Isa”, palavra usada pelo Alcorão para se referir a Jesus.

No Paquistão, o termo “Isai” refere-se principalmente a pessoas que trabalham como limpadores de rua e a outras atividades desempenhadas pelas castas inferiores.

Outro termo “Churha”, que significa “varredor de rua” tem a mesma conotação negativa e expressa hostilidade e repulsa, referindo-se à casta dos dalits ou “os intocáveis”.

Ao longo dos anos, este termo se manteve e reforçou um significado fortemente pejorativo e é usado como um insulto aos cristãos. O termo está ligado a uma prática social.

‘O povo do Messias’

Por outro lado, o novo termo “Masihi” é uma palavra mais respeitosa e que será usada para se referir aos cristãos em documentos e comunicações oficiais do governo. Masihi quer dizer “Povo do Messias” e não contém nenhuma conotação negativa.

No Paquistão, mais de 90% da população é muçulmana, conforme o censo de 2017, que estimou o número de cristãos no país em 2,6 milhões, ou seja, cerca de 1,27% da população total.

Embora o Paquistão tenha sido fundado como um país tolerante e igualitário, os cristãos têm sido sujeitos a condições de vida inferiores e a uma discriminação religiosa desenfreada desde o início.

Situação dos “intocáveis”

No Paquistão, estima-se que 80% das pessoas que limpam as ruas e os esgotos não possuem educação e não fazem parte da casta social, sendo consideradas imundas, entre elas estão os cristãos.

Eles são tratados como “párias” ou “intocáveis”, ou seja, as pessoas geralmente evitam tocar neles, fazer amizade ou comer ao lado deles.

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