Aretha Franklin, considerada a "Rainha do Soul", morreu na manhã desta quinta-feira (16) aos 76 anos de idade, devido a um câncer avançado no pâncreas. A cantora se tornou um ícone cultural em todo o mundo, cantando clássicos como “Think”, ″I Say a Little Prayer” e a atemporal "Respect".
A publicitária Gwendolyn Quinn disse à Associated Press, por meio de uma declaração da família, que a cantora morreu às 9h50 em sua casa, em Detroit, nos Estados Unidos. Segundo o comunicado, "a causa oficial da morte de Franklin deveu-se ao avanço do câncer de pâncreas do tipo neuroendócrino, confirmado por seu oncologista, Dr. Philip Phillips, do Instituto do Câncer Karmanos, em Detroit".
A família acrescentou: "Em um dos momentos mais sombrios de nossas vidas, não podemos encontrar as palavras apropriadas para expressar a dor em nosso coração. Perdemos a matriarca e a rocha da nossa família. O amor que ela nutria por seus filhos, netos, sobrinhas, sobrinhos e primos não conhecia limites".
A declaração continuou: "Ficamos profundamente tocados pela incrível manifestação de amor e apoio que recebemos de amigos íntimos, apoiadores e fãs de todo o mundo. Obrigado por sua compaixão e orações. Nós sentimos o amor de vocês por Aretha e isso nos traz conforto em saber que seu legado continuará vivo. Enquanto choramos, pedimos que vocês respeitem nossa privacidade durante este período difícil”.
Franklin, que havia lutado contra problemas de saúde não revelados nos últimos anos, anunciou em 2017 sua aposentadoria das turnês. Uma grande vigília de oração estava acontecendo na igreja onde o pai de Aretha foi pastor por muitos anos, em Detroit.
Os preparativos para o funeral serão anunciados nos próximos dias.
Início no gospel
Cantora profissional e pianista talentosa, Aretha se tornou uma superestrela em seus 20 e poucos anos e era considerada a maior vocalista popular de seu tempo.
Seus dons, naturais e adquiridos, eram uma mezzo-soprano multi-oitava, a paixão pelo Evangelho e pela música gospel — dignos da filha de um pregador — o gosto sofisticado e excêntrico, e a coragem de canalizar a dor para investir em uma música libertadora.
Ela gravou centenas de faixas e teve dezenas de hits ao longo de meio século, incluindo 20 que alcançaram o primeiro lugar nas paradas de R&B. Mas sua reputação foi definida por uma série extraordinária de top 10 smashes no final dos anos 1960, a partir da bem-aventurança da manhã de "(You Make Me Feel Like) A Natural Woman", para o "Chain of Fools", chamada imparável para "Respect".
Porém sua voz também emocionou corações e arrancou lágrimas cantando hinos cristãos conhecidos, como "Amazing Grace" (vídeo acima) e "Precious Lord, Take my Hand".
"Eu nunca deixei a igreja. A igreja vai comigo", disse Aretha ao final do trecho exibido acima, retirado de um documentário sobre sua carreira.
Seus discos venderam milhões de cópias e a indústria da música não conseguiu honrá-la o suficiente. Franklin ganhou 18 Grammys. Em 1987, ela se tornou a primeira mulher a entrar no Hall da Fama do Rock and Roll.
Os colegas cantores curvaram-se à sua eminência e os líderes políticos e cívicos trataram-na como uma personalidade influente. O Rev. Martin Luther King Jr. era um amigo de longa data, e ela cantou na inauguração do memorial de Luther King Jr. em 2011.