
Um pastor foi morto atingido por uma bala perdida durante uma operação da Polícia Militar no Complexo do Chapadão, na cidade do Rio de Janeiro, na segunda-feira (20).
Segundo o comando da Polícia Militar, a ação visava reprimir a atuação de traficantes, que incendiaram barricadas para dificultar o acesso dos policiais. Os bandidos atiraram contra os agentes, que reagiram.
O pastor Eduardo de Oliveira Santos, de 45 anos, andava de bicicleta no local e foi baleado nas costas – ainda não se sabe a origem do tiro.
O homem chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, mas não resistiu aos ferimentos.
Marcus Vinícius, sobrinho do pastor, afirmou que os policiais negaram socorro. "Eu gritei: 'É baleado! É morador baleado!", lembrou, em entrevista ao G1.
Foi o sobrinho que levou Eduardo para a UPA: “A bala comendo, e ele baleado no chão. Deu uma trégua, a gente conseguiu pegar ele e botar dentro do carro. Não deu tempo. Chegamos aqui e foi tarde de mais".
Ele acrescentou que só conseguiu chegar onde o tio estava após se proteger em uma loja, devido a intensidade do tiroteio. "Se fossemos, certamente seríamos atingidos também", comentou.
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Além de atuar como pastor, Eduardo também era pintor e pedreiro. Ele não morava no Complexo do Chapadão e tinha ido ao local para visitar sua irmã.
"É triste cara. Ele era um homem de Deus, um amigo, um homem guerreiro, trabalhador de mais, de mais", lamentou Marcus.
E acrescentou: “Só quem sofre é o inocente, só quem sofre é o morador. Então, a gente pede justiça, a gente pede paz".
Protesto
Na tarde do mesmo dia, os moradores fizeram um protesto na Avenida Chrisóstomo Pimentel de Oliveira, que liga o bairro de Anchieta à Pavuna.
Eles pediram uma investigação para saber a origem do tiro que matou o pastor Eduardo. Por causa da manifestação, algumas linhas de ônibus foram desviadas.
O comando do 41° Batalhão da Polícia Militar informou que instaurou um procedimento para analisar as circunstâncias do caso.