O cristão Damon Atkins foi algemado e detido, acusado de conduta criminosa desordeira, logo após chegar à Reading, a primeira manifestação do 'orgulho gay' da Pensilvânia.
O pregador de rua segurava um cartaz com a mensagem: “JESUS DISSE VÁ E NÃO PEQUE MAIS”.
Segundo a CBN News, menos de um minuto depois após se unir a um pequeno grupo de cristãos que expressavam suas opiniões contrárias ao evento, Atkins foi abordado pela polícia.
A abordagem foi registrada em vídeo por Matthew Wear, um morador que disse não estar ciente da manifestação e só saiu do carro para “oferecer encorajamento” aos outros cristãos presentes.
Em entrevista à CBN News, Wear disse que “pregou por cerca de 10 minutos do outro lado da rua” quando um policial o abordou agressivamente, colocando o dedo sobre ele e dizendo: “Se você não parar de gritar insultos do outro lado da rua, vou prendê-lo”. Como reação imediata à ameaça do oficial, Wear diz que o chamou de “tirano” e que “falava sério”.
Pouco tempo depois, Atkins reapareceu e teve uma breve conversa com o mesmo oficial. Ele tentou citar uma passagem de 1 Coríntios, mas não conseguiu completar antes de ser detido.
Enquanto Wear girava a câmera, era possível ver Atkins caminhando pela rua em direção ao protesto. De maneira preocupante, Wear previu que o oficial "irá dar trabalho para ele".
Isso acabou acontecendo, o policial identificado pelo The Lancaster Patriot como o sargento de polícia Bradley T. McClure se aproximou imediatamente de Atkins e começou a aconselhá-lo a “deixá-los realizar seu evento” e “respeitá-los”.
‘Espalhar o Evangelho’
No vídeo, Atkins pode ser ouvido argumentando que o local é público, ao que o sargento McClure concorda.
Ao falar com a CBN News, Atkins repetiu o que disse ao policial: “Não estou sendo rude, só estou aqui para espalhar o Evangelho das boas novas! Jesus Cristo me salvou e pode salvar a todos, inclusive você [referindo-se ao oficial]”.
“Não me importo, vou ficar aqui e você vai ficar quieto”, respondeu o oficial a Atkins.
Na sequência, Atkins começou a citar 1 Coríntios 14:33, que diz “Porque Deus não é um Deus de confusão, mas de paz”. Ele não conseguiu concluir o verso pois o oficial McClure o abordou para prendê-lo.
Atkins alega que, em determinado momento, McClure insinuou que o uso do termo "Deus" era depreciativo, advertindo-o para não continuar a expressar tais comentários aos participantes do comício, para que eles pudessem "realizar seu evento".
Prisão comemorada
Enquanto Atkins estava sendo algemado, os participantes da manifestação do orgulho celebraram sua prisão. Wear não deixou de notar a ironia no vídeo, em que um cristão que tentava ler a Bíblia estava sendo detido pela polícia, enquanto alguns indivíduos fantasiados como demônios estavam livremente participando da manifestação do orgulho.
“Fui acusado de conduta criminosa desordeira por me engajar em uma luta”, disse Atkins à CBN News.
Ele destacou que ama a todos e não se concentra apenas em um problema ou pecado, observando que diz as mesmas coisas para qualquer um que esteja vivendo em qualquer tipo de “pecado voluntário”.
O Lancaster Patriot relata o conteúdo da declaração, que tem apenas uma linha sobre não ser permitido “gritar comentários” do outro lado da rua.
‘Não peques mais’
De acordo com uma declaração de causa provável, McClure afirma que “[Atkins] carregava uma placa com um slogan escrito que mostrava sua oposição ao evento”.
No vídeo Atkins aparece segurando uma placa que dizia “JESUS DISSE VÁ E NÃO PEQUE MAIS”.
Em seu depoimento, o oficial McClure afirma ainda que Atkins “começou a gritar para as pessoas” presentes no evento do orgulho.
“Eu imediatamente o abordei e disse que, embora ele estivesse livre para ficar daquele lado da rua e segurar sua placa”, escreveu McClure no depoimento, “ele não poderia atravessar a rua nem gritar comentários com a intenção de interromper o evento.”
Atkins considera a prisão particularmente perturbadora, especialmente devido às ameaças que recebeu enquanto participava de eventos anteriores para pregar o Evangelho.
Ele menciona um incidente em um evento de ‘orgulho’ em que um participante o ameaçou, dizendo que se tivesse uma arma “atiraria na cabeça dele”. Atkins, por sua vez, afirma que é motivado pelo amor, pois Jesus “me ensinou a amar o meu próximo como a mim mesmo”.
Atkins deve comparecer ao tribunal para enfrentar as acusações no meio de junho e afirma que ainda não tem representação legal.
