Universidade nos EUA ensina os alunos a tornar a Bíblia ‘queer’ e feminista

No curso com o objetivo de “tornar a Bíblia queer”, os estudantes são incentivados a “restaurar a fé” com a missão de “celebrar o amor inclusivo de Deus”.

fonte: Guiame, com informações de The Christian Post

Atualizado: Quarta-feira, 26 Março de 2025 as 12:57

Fachada da universidade onde ocorrem as aulas. (Foto: Reprodução/Facebook/University of Richmond)
Fachada da universidade onde ocorrem as aulas. (Foto: Reprodução/Facebook/University of Richmond)

Uma professora universitária nos Estados Unidos está ensinando aos alunos a explorar a Bíblia através das perspectivas da “teoria queer e sexualidade” focada na cultura LGBT. 

Rhiannon Graybil professora de estudos de gênero, cujo trabalho mais recente se concentra em estupro e agressão sexual nas Escrituras, está ministrando um curso de estudos religiosos intitulado “Queer Bible”.

As aulas sobre o que significa "queer" a Bíblia ocorrem na University of Richmond, uma faculdade particular de artes liberais em Richmond, Virgínia.

O conteúdo é projetado para “tornar a Bíblia queer” e suas interpretações, além de abordar sexualidade, identidade de gênero e “prazer queer na Bíblia”.

Rhiannon é membro do conselho consultivo de estudos sobre mulheres, gênero e sexualidade da universidade, e de acordo com sua biografia na instituição, é estudiosa da Bíblia hebraica: "Especialmente interessada em abordagens feministas e queer à interpretação bíblica".

Queer" é um termo que reflete uma rejeição das normas convencionais, celebrando a diversidade em questões de gênero e sexualidade.

Blasfêmia e heresia 

A professora de “Queer Bible” também escreveu uma série de artigos focados em abordagens feministas e LGBT usando referências às Escrituras.

A “Bíblia Queer” está se tornando cada vez mais popular no meio acadêmico. O Wellesley College — que conta com a ex-primeira-dama Hillary Clinton, a ex-secretária de Estado Madeline Albright e a jornalista Diane Sawyer entre seus ex-alunos — descreve o curso como “uma introdução à Bíblia na intersecção da teoria queer, interpretação bíblica e estudo histórico do antigo Oriente Médio”.

O site da instituição classifica o curso como "Cursos de Estudos Judaicos". Outras universidades, como a Universidade da Flórida Central, oferecem uma “Irmandade Cristã Queer”, que dá aos alunos a oportunidade de formar “grupos de discussão sobre 'Interpretação Queer das Escrituras'”.

Nos encontros semanais, os estudantes são incentivados a “restaurar a fé” com a missão de “celebrar o amor inclusivo de Deus conosco”.

‘A Bíblia apresenta princípios imutáveis’

Pastores e teólogos procurados pelo Guiame, destacam em conjunto que, embora seja um livro de mais de 3 mil anos, a Bíblia apresenta princípios imutáveis nos dias atuais e não pode ser atualizada para se adaptar às mudanças da sociedade

De acordo com o pastor Carlito Paes, mestre em Teologia, escritor e líder da Igreja Batista da Cidade, em São José dos Campos (SP), a Bíblia não é um livro humano que precisa de atualização, assim como livros puramente técnicos que ficam ultrapassados ao longo do tempo.

“As páginas da Bíblia não são sobre o passado. Elas continuam escrevendo a história. Elas são atemporais. Elas trazem à existência aquilo que ainda não aconteceu. Tem registros na Bíblia que serão alcançados por pessoas que ainda nem nasceram. Não é a Bíblia que precisa ser atualizada, o homem que precisa se atualizar na Bíblia”, destacou Paes.

O pastor Paulo Eduardo Vieira, da Primeira Batista de São Paulo, afirmou: “Tais princípios não podem ser relativizados, conforme o contexto cultural e de acordo com o momento da história. Definitivamente não! Não são as mudanças sociais que devem determinar o modo como lemos a Bíblia, mas a Bíblia sim, que deve definir o modo como enxergamos as mudanças sociais. O nosso referencial absoluto não é o contexto social. O nosso referencial absoluto é a Bíblia”, explica Vieira.

“Praticar esta inversão é desastroso. Nos arremete para distorções teológicas trágicas, o que acaba sendo praticado quando se tenta ajustar a Bíblia a um modo de pensar que seja o ‘politicamente correto’. A história da Igreja de Cristo nos adverte solenemente. Todas as vezes que este erro terrível foi cometido, a Igreja se tornou estéril, sem autoridade espiritual, esvaziada de unção, destituída de uma proposta contundente de transformação de vida a ser experimentada pelo homem pecador”, acrescenta o pastor da PIB.

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