Oficial comunista se entrega a Jesus após espionar vida de cristão, na Coreia do Norte

Já em seu leito de morte, o oficial chamou o cristão para confessá-lo que estava espionando sua vida, mas desistiu de denunciá-lo e queria se entregar a Jesus.

fonte: Guiame, com informações do Gospel Herald

Atualizado: Sábado, 22 Julho de 2017 as 12:19

Soldados do exército norte-coreano vigiam fronteira com a Coreia do Sul. (Foto: AFP - Getty Images)
Soldados do exército norte-coreano vigiam fronteira com a Coreia do Sul. (Foto: AFP - Getty Images)

Uma mulher cristã que fugiu da Coreia do Norte compartilhou como, em sua infância, ela tinha muito medo até tocar em uma Bíblia - mas revelou que o cristianismo está crescendo no país, apesar dos esforços brutais do governo para suprimir isso.

Crescendo no estado totalitário comunista da Coreia do Norte - onde o cristianismo é um crime - Kim Sang-Hwa não tinha ideia de que seus pais eram cristãos e se surpreendeu, posteriormente quando soube que a vida de seu pai foi usada por Deus para a salvação de um oficial do Partido Comunista norte-coreano.

"Como muitas famílias cristãs, nossa família foi banida na década de 1950 para uma aldeia remota", disse ela em depoimento à Missão Portas Abertas.

"Eles continuaram a esconder sua fé para não serem descobertos pelos oficiais, mas lembro-me de acordar uma noite, quando eu tinha seis anos. Nossa casa era muito pequena, então todos dormíamos no mesmo quarto. Quando abri meus olhos, vi meu pai e Mãe sob o cobertor e eu podia ouvir um ruído suave do rádio. Mais tarde eu soube que eles estavam ouvindo a transmissão de uma estação de rádio cristã", acrescentou.

Um dia, ela encontrou uma Bíblia escondida no fundo de um armário. Aterrorizada, Kim pensou em delatar seus pais às autoridades. A confusão na mente de Kim se deu por causa do contexto social de opressão e intolerância em seu país, pois na Coreia do Norte, os cristãos são frequentemente condenados a campos de trabalho forçado e até assassinados, simplesmente por possuirem uma Bíblia.

"Eu estava com medo até mesmo de tocar a Bíblia, mas não podia simplesmente deixá-la lá", contou ela. "Eu fechei os olhos, peguei o livro e o coloquei de volta. Eu pesava minhas opções. Devo dizer ao meu professor sobre isso? Devo visitar o oficial de segurança local? Por quinze dias eu não pude pensar em mais nada. Éramos ensinados na escola era nosso dever denunciar aquele 'livro ilegal'. Mas era a minha família que estava envolvida naquilo. Além disso, também passei a me questionar: "Quem é esse Deus?".

Finalmente, Kim tomou coragem e perguntou ao seu pai sobre aquele 'livro proibido' que ele guardava no armário.

"Ele ficou muito surpreso e sentou-se ao meu lado", contou ela. "Ele me perguntou: 'Você vê aquelas árvores antigas? Quem as fez?'. Eu disse que não sabia e ele me explicou toda a história da criação do mundo, incluindo como Deus criou Adão e Eva".

Depois disso, a mãe de Kim começou a ensiná-la a memorizar os versículos da Bíblia. Seu pai explicou o Evangelho e o plano de salvação completo para ela, e seu avô ensinou-lhe a orar.

"É só falar com Deus. Nada mais, nada menos que isso", ele falou para ela.

"Para mim, todas essas histórias e ideias eram tão interessantes", disse Kim. "Eu também passei a ler a Bíblia sozinha. Mas percebi o quanto isso era perigoso em meu país. Meu pai sempre enfatizava não compartilhar nada com ninguém. Então ele começava a orar em sussurros, de maneira quase inaudível, dizendo: 'Pai, ajude o povo norte-coreano a buscar o Seu reino em primeiro lugar".


O poder do testemunho

Às vezes, o pai de Kim se encontrava com outras pessoas em um local secreto, onde todos oravam juntos e estudavam a Bíblia.

"Quando um homem estava morrendo, meu pai foi vê-lo em seu leito de morte", lembrou Kim. "Ele confessou para o meu pai: 'Eu sei tudo sobre você, sua família e sua fé. Eu era um espião e pedi às autoridades para seguir você".

O pai de Kim ficou um tanto surpreso com aquela revelação, mas também ficou curioso pelo fato daquele homem fazer aquela revelação em seu leito de morte e pedir para vê-lo.

Então aquele homem continuou com sua declaração, explicando que foi tocado pelo testemunho de vida daquele cristão que ele espionou por tanto tempo e agora também queria entregar sua vida a Jesus.

"Você é um bom homem. Nunca te denunciei a ninguém. Diga-me como eu também posso me tornar cristão", disse aquele oficial em seu leito de morte.

"Em seus últimos momentos de vida, aquele homem se arrependeu de seus pecados e entrou no Reino de Deus. Meu pai conseguiu ajudar a levá-lo até lá", disse ela.


Orando pela Coreia do Norte

Hoje Kim está casada e morando na Coreia do Sul com sua família, mas espera um dia poder voltar à Coreia do Norte para tentar compartilhar a mensagem do Evangelho com o povo de sua terra natal.

"Eu gostaria de poder voltar para a Coreia do Norte e compartilhar o Evangelho com as pessoas lá e ter comunhão com os crentes locais", disse ela. "Eu estaria pronta para morrer pelo Evangelho. Penso que se eu não tivesse uma família aqui na Coreia do Sul, já voltaria e ajudaria as pessoas que precisavam".

Todos os dias, Kim continua fazendo a mesma oração que via seu pai fazendo quando ela era criança: para que todos na Coreia do Norte busquem primeiro o Reino de Deus.

A Missão Portas Abertas classificou a Coreia do Norte como o lugar mais opressivo do mundo para os cristãos, ao atualizar a sua lista anual de perseguição religiosa. Estima-se que entre 30.000 e 70.000 cristãos sejam mantidos em em campos de trabalho forçados, mantidos pelo Partido Comunista. Nestes locais, os cristãos chegam a ser torturados frequentemente por não negarem sua fé em Jesus.

 

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