“O funk é a cultura da periferia. A batida é a mesma. As letras que são diferentes. A dança é uma forma de evangelizar”. É isso que diz Tonzão, que ficou conhecido cantando hits como 'Passinho do abençoado'.
Ex-integrante do Hawaianos, um dos mais populares grupos de funk do Rio de Janeiro, ele se converteu na Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias e hoje leva a vida representando o funk gospel, ou gospel funk, na música.
Nessas canções, a batida permanece a mesma, mas os figurinos são mais comportados, sem roupas curtas, as letras são voltadas para temas religiosos e as danças não são sensuais.
Tonzão e a esposa também fazem parte do Ministério Flordelis. Em entrevista ao G1, ele conta que o fator financeiro também mudou com a mudança do estilo musical. O dinheiro não é igual, mas rende melhor. Porque eu não gasto com um monte de mulheres, com baladas e drogas, que eu cheguei a usar por curtição”, relata.
Os irmãos Tiago e Diogo tiveram a mesma atitude de Tonzão. Ao se converterem, eles ficaram um tempo afastados da música até que passaram a investir no gospel funk.
Embora a dupla atualmente cante apenas músicas com letra de conteúdo cristão, Diogo afirma não ser contra o funk em geral. “Eu consegui unir as minhas duas paixões. Eu vivenciei o funk, que é bacana e não sou contra. Faz parte da cultura. E resolvemos cantar o gospel funk. A mensagem é a diferença. A nossa mensagem é uma mensagem espiritual, para o coração dos jovens", ressalta.
De Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, a MC Thaísa Soares [foto à esqueda] é um dos novos nomes do gospel funk que promete sucesso no gênero.
Com canções como 'Olha aí ó' e 'Vigia para não passar peleja', ela se veste de forma bem diferente do que se costuma ver em uma funkeira. Em entrevista, ela conta que se veste de forma comportada, ainda mais porque cada igreja tem sua doutrina a respeito de modos e costumes.