Depois de 116 dias, a Universidade de São Paulo (USP) volta a ter o funcionamento normalizado nesta segunda-feira (22). Na semana passada, professores e funcionários votaram, em assembleias das categorias, pelo fim da greve mais longa da história da instituição. Em algumas unidades da USP, o primeiro semestre será retomado nesta segunda, quando os professores divulgarão o cronograma de reposição das aulas.
O próximo passo será a definição do calendário do segundo semestre letivo. Já no caso dos funcionários, o acordo para a reposição dos dias parados foi fechado na última quarta-feira (17).
A greve começou no fim de maio com apenas uma reivindicação: que a reitoria da universidade retirasse a proposta de congelamento de salários. O motivo da reajuste zero foi o comprometimento do orçamento com a folha de pagamento, que chegou a 105%.
A paralisação afetou parcialmente os cursos e serviços da USP e o impasse durou até o início de setembro, quando o Conselho Universitário da USP (CO) aprovou uma oferta de reajuste salarial de 5,2% que, posteriormente, foi incorporada pelos reitores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp).
Já o acordo para o pagamento do abono salarial (um pagamento feito uma vez para cobrir o reajuste dos meses não trabalhados) foi definido judicialmente no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. O valor, de 28,6%, também precisou ser aprovado pelo CO antes de chegar ao Cruesp e às assembleias das categorias, o que aconteceu na semana passada.
Depois da definição dos detalhes para o fim da greve, na sexta (19) centenas de funcionários do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp) aceitaram por aclamação o encerramento da paralisação. Na quinta-feira (18), os professores ligados à Associação de Docentes da USP (Adusp) já haviam aceito o fim da greve e anunciado o retorno às aulas na segunda.