A reitoria da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) enviou nota, nesta segunda-feira (9), para esclarecer a denúncia de irregularidades na admissão de estudantes na Escola de Medicina e Cirurgia (EMC), conforme publicado em reportagem do jornal O Globo desta segunda. Segundo a nota, foi aberto um processo para apurar o uso indevido de números de matrículas canceladas por estudantes que não foram regularmente matriculados na Universidade.
A Unirio já acionou a Polícia Federal (PF) para investigar o que o reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca chama de "grave fraude" na Escola de Medicina e Cirurgia (EMC), que comemora 100 anos amanhã.
Em nota, a "Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, confirma ter recebido no final da tarde da última quinta feira (05/04), ofício da UNIRIO comunicando possíveis irregularidades em matrículas de alunos na citada Universidade, assunto veiculado na edição de hoje no jornal O GLOBO. As informações encaminhadas serão objeto de análise para fins de definição sobre as medidas a serem aplicadas ao caso".
Segundo a Unirio, cinco alunos teriam utilizado os números para se matricular, irregularmente, este ano. Eles estão assistindo às aulas, e seus nomes constam das listas de presença dos professores, apesar de não estarem na relação de convocados com base no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), única forma de acesso à universidade. Há suspeitas de existência de um esquema de compra de vagas.
Leia a íntegra da nota enviada pela Unirio:
“Sobre a denúncia de irregularidades na admissão de estudantes na Escola de Medicina e Cirurgia (EMC), a Reitoria da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) informa que foi aberto um processo para apurar o uso indevido de números de matrículas canceladas por estudantes que não foram regularmente matriculados na Universidade.
As supostas irregularidades foram observadas por meio de relatório de evasão gerado no dia 15 de março de 2012. A Direção da Escola verificou a inclusão de cinco nomes, de estudantes que não foram regularmente matriculados, no Sistema de Informações para o Ensino (SIE), com o uso de números de matrículas canceladas. Ao constatar a divergência, a Direção da EMC decidiu informar a Reitoria sobre as supostas irregularidades.
A Reitoria da UNIRIO prontamente consultou a Procuradoria-Geral junto à Universidade a respeito das providências cabíveis, e o órgão recomendou a abertura de uma sindicância. No dia 27 de março, foi instaurada a Comissão de Sindicância, composta por representantes de diferentes setores da UNIRIO. O prazo para realização dos trabalhos da Comissão é de 30 dias, prorrogáveis por mais trinta.
Já foram ouvidas a diretora da EMC, Maria Lucia Pires, e a decana do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Lucia Marques Vianna. Os estudantes foram convocados para prestar depoimento nesta terça-feira (10).
Além disso, atendendo a orientação do Ministério da Educação, no dia 05 de abril a Reitoria encaminhou ofício ao Superintendente Regional da Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro, Valmir Lemos de Oliveira, comunicando sobre as possíveis irregularidades”.