Vanderlei Luxemburgo entrou na sala imprensa aliviado. Acompanhado das netas Victoria e Gabriela e do neto Vanderlei, ele falou da vitória do Flamengo por 1 a 0 sobre o Botafogo. Em sua primeiro jogo na quarta passagem pelo clube, o treinador evitou falar de Ney Franco, demitido durante a semana. O que mais chamou a atenção de Luxa neste domingo foi a entrega dos seus jogadores. Com a vitória, o Fla chegou a 10 pontos, agora em 18º, ainda na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, mas fora da lanterna.
A preocupação do treinador antes do confronto era justamente criar esse ambiente favorável entre time e torcida. Desde o treinamento realizado na Gávea na véspera do jogo até a convocação feita por ele mesmo para o clássico.
- Mais raça do que com o técnico anterior... É complicado falar do profissional. Importante para mim não era ganhar, mas queria que o torcedor visse uma equipe comprometida com alguma coisa que é a busca do objetivo. Erros e acertos acontecem, mas gostei do comportamento, e o torcedor também gostou. O time mostrou alguma coisa bem boa.
Sete meses depois de ser demitido do Fluminense no Campeonato Brasileiro do ano passado, Luxemburgo voltou a trabalhar. Garante que não mudou o seu comportamento e lembrou sua origem em Tinguá, na Baixada Fluminense. A sequência do trabalho será contra o Chapecoense, domingo, em Chapecó.
- Pega minha carreira. Sempre participo do jogo dessa forma. Já dei cambalhota na beira do campo. Sou bem participativo. Quando fica muito tempo, aí sente dor - brincou Vanderlei.
Nesta segunda-feira, os jogadores estão de volta. O grupo volta a trabalhar na terça-feira, no Ninho do Urubu.
Confira a entrevista com o treinador:
TIME COM DESFALQUES
- Há quanto o tempo o Flamengo estava sem ganhar? Deixa os jogadores saborearem, tomarem uma cervejinha, um vinho, beijar a patroa, os filhos. A partir de terça-feira a gente começa a montar o time. É importante que eles entendam que a atuação foi boa, com alguns erros tecnicamente.
TERRENO CONHECIDO
- Quem está acostumado ao Flamengo sabe que o torcedor não é o 12º jogador. Ele é o centroavante. A participação deles foi fantástica. Não vaiou, apoiou o tempo todo. Se fizer isso sempre, nosso caminho será mais sossegado.
ANÁLISE
- Prefiro saborear. Há muita coisa para acontecer. Não posso achar que é o ideal. O comprometimento, sim, e daí pode partir para alguma coisa para trabalhar e ajustar. É natural isso.
VOLTA AO TRABALHO
- Depois de tantos anos, quando a gente fica fora sente falta. Quero participar, chutar e foi uma semana dura. Fiquei todo dolorido. Agora, vou tomar um relaxante e um vinho para dormir sossegado.
PAULO VICTOR NO LUGAR DE FELIPE
- Opção do treinador. Paulo Victor eu conheço bem. Estava aqui comigo na outra vez. Se amanhã eu achar que o Felipe deve voltar, vai voltar.
CANTEROS
- Ele sentiu a adaptação ao futebol brasileiro. Corri o risco ao colocá-lo em campo. Pensei em usar o Muralha, pois o jogo estava perigoso no meio-campo. Mas perdi dois jogadores sentindo desconforto (Paulinho e Éverton). O Canteros estreou em uma situação diferente no Brasil, mas é um jogador que gostei muito nos treinos.