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Atletas sub-20 de grandes potências e clubes desconhecidos disputam Copa São Paulo de Futebol Júnior, tradicional fonte de craques

Geração 2018: Copinha mostra futuro e abre temporada da bola no Brasil

Atualizado: Sexta-feira, 4 Janeiro de 2013 as 9:04

 

Em 2009, o Santos foi eliminado nas oitavas de final da Copa São Paulo de Futebol Júnior ao perder por 2 a 1 para o Cruzeiro. No ataque do time derrotado, estava um menino que logo viraria o maior astro do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 - cotado até para já disputar o Mundial de 2010. Não é todo dia que surge um Neymar, e talvez seja utopia imaginar que a nova edição da Copinha, que começa nesta sexta-feira, ofereça produtos de última hora para a seleção brasileira, às vésperas de seu maior desafio. Mas tendo como base o tempo natural para o amadurecimento de um jogador, os atletas que disputarão o torneio podem ser a geração 2018 do Brasil.
 
A base da renovação para 2014 surgiu no final da década passada. E passou pela Copinha. Neymar não esteve só. Lucas, ainda chamado de Marcelinho, defendeu o São Paulo em 2010. E foi campeão. Um ano antes, Oscar também esteve presente pelo clube do Morumbi. O volante Sandro vestiu a camisa do Inter no torneio em 2008. Todos eles hoje são figuras frequentes na Seleção.
Serão 100 times em campo na edição de 2013 da competição. O mesmo campeonato reúne promessas dos maiores gigantes do futebol brasileiro e de clubes desconhecidos. Doze competidores irão a campo no primeiro dia de disputa, em seis jogos: São Mateus-ES x Corinthians-AL (14h), Santos x Remo (16h), São José-SP x São Francisco-BA (17h), Cruzeiro x São Caetano (19h), São Carlos x Guaicurus-MS (19h) e São Paulo x União Rondonópolis (21h). É a abertura do calendário brasileiro de futebol.
 
O atual campeão é também o maior vencedor da Copinha. O Corinthians ganhou em 2012 seu oitavo título da disputa ao fazer 2 a 1 no Fluminense no Pacaembu. O clube carioca é justamente o segundo que mais levantou o troféu do torneio: cinco vezes, seguido por Internacional (quatro), São Paulo e Atlético-MG (três), Flamengo, Nacional, Ponte Preta e Portuguesa (dois).
 
O próprio Corinthians (está no Grupo G e estreia domingo, contra o XV de Piracicaba) é a prova de que a Copinha pode ser uma boa fonte. O título do ano passado rendeu frutos ao clube, que ou aproveitou, ou conseguiu emprestar quase todo o elenco vencedor. Tite utilizou alguns dos garotos ao longo do ano e até levou um deles, o meia Giovanni, ao Mundial. Resultado: a turma que disputará a edição de 2013 está totalmente reformulada. Do time titular da final, restou apenas o atacante Leonardo.
 
- Nós mudamos a base. Os jogadores de 2012 acabaram sendo aproveitados no profissional ou estão emprestados. É o reflexo de um bom trabalho que foi feito. Agora, vamos com jogadores mais jovens. A base é de nascidos em 94, com alguns de 93 e outros de 95 – afirma o técnico Rodrigo Azevedo Leitão.
O Corinthians olha para o futuro. Em vez de reciclar jogadores mais rodados na Copinha, aposta em novatos - um deles é Rivaldo Júnior, de 17 anos, filho do pentacampeão em 2002. O Fluminense adota lógica parecida. Atletas como Rafinha, Higor, Eduardo, Marcos Junior e Michael, vice-campeões em 2012, não estarão presentes este ano. Já subiram aos profissionais. Serão substituídos por uma base nascida em 1994, mas também com atletas de 95 e 96. Uma das principais apostas do clube é o goleiro Marcos.
 
- A equipe é boa, tem talento, mas é nova e ainda não sabemos até onde ela pode ir. A evolução terá de ser durante a competição. Podemos surpreender? Claro, mas ainda não sabemos se vai fluir - diz Marcelo Veiga, treinador do Flu, que integra o Grupo S, ao lado de Atlético-AC, Itaúna-MG e Velo Clube-SP.
 
O Cruzeiro é um caso parecido. Em dezembro, foi campeão brasileiro sub-20, e cinco dos destaques daquela equipe já foram alçados ao grupo principal, ficando fora da Copinha: o zagueiro Wallace, os laterais Mayke e Vinícius Freitas, o meia Alisson e o atacante Vinícius Araújo. Mas restam boas apostas em um clube acostumado a ir bem na base. São os casos do goleiro Charles, do volante Bruno e do atacante Pedro Paulo.
 
O Botafogo também deixará "jovens experientes" fora do torneio. Atletas mais conhecidos da torcida, como Sassá e Cidinho, não estarão presentes. Apostas também são a arma do Flamengo, com destaque para uma dupla de 17 anos: o meia Renan Donizete, filho do ex-atacante Donizete Pantera, e o atacante Douglas Baggio, autor de 72 gols em 57 jogos na última temporada. O Atlético-MG também aposta em um garoto de 17 anos. Carlos foi artilheiro e destaque do time vice-campeão da Copa Brasil Sub-20. Desde pequeno, foi acostumado a disputar jogos contra categorias acima de sua idade. É natural da Bahia, mas começou em Santos, curiosamente na mesma escolinha que descobriu Robinho.
A renovação nos elencos não é exatamente o caso do clube que revelou Neymar. Mesmo que crie talentos em ritmo de produção industrial, o Peixe sente falta do caneco. Só ganhou um, em 1984. Para matar a saudade da conquista, repetirá a base do ano passado e apostará em atletas contratados. Vale ficar de olho em Léo Cittadini, meia que teve saída conturbada do Guarani, e Givanildo, ex-Vitória, atacante que vem fazendo muitos gols na base da Vila. Por outro lado, Victor Andrade e Gabriel Barbosa, o Gabigol, ficaram fora do torneio. Os dois estão entre as principais promessas do clube, que divide o Grupo V com Corinthians-AL, Remo e São Mateus-ES.
 
São Paulo e Palmeiras se reforçaram, externa ou internamente, para o torneio. O Tricolor contratou 14 meninos ao longo do ano, e sete deles estarão na Copinha a partir desta sexta-feira. Destaque para o atacante Adelino, ex-Guarani. Apontado como uma das principais revelações do Bugre, o jogador causou polêmica entre a torcida e dirigentes de Campinas quando trocou de clube.
No Verdão, o reforço é da própria casa. Jogadores como o atacante Vinícius, que já tem 47 jogos pelos profissionais, estarão no elenco. Também vale ficar de olho no meia Bruno Sabiá e no volante Victor Hugo.
 
Tradição na revelação de craques
Realizada desde 1969, a Copa São Paulo se notabilizou por revelar alguns dos principais craques do futebol brasileiro. Nomes como Falcão, Casagrande, Toninho Cerezo, Denner, Djalminha, Kaká e Robinho disputaram a competição antes de despontar.
 

 

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