Reforço anunciado ainda antes da Copa do Mundo, David Luiz enfim foi apresentado oficialmente pelo Paris Saint-Germain, na manhã desta quinta-feira. Ao lado do dono e presidente do clube, o xeque Nasser Al-Khelaifi, o defensor brasileiro recebeu a camisa 32 e concedeu entrevista coletiva, sem se negar a falar sobre qualquer assunto: afirmou que as declarações de Mourinho já não importam, citou que a eliminação na Copa do Mundo é um aprendizado e exaltou a parceria com o companheiro Thiago Silva.
- Muito feliz por estar aqui. Queria dizer obrigado ao presidente pela oportunidade de me juntar a esse projeto. Estou em um grande clube, depois do Benfica e do Chelsea. Tenho que agradecer a Deus. Quero jogar o quanto antes, amo estar em campo, fazer meu trabalho. Obrigado - iniciou.
David agradeceu pelo carinho que tem recebido desde que chegou a Paris, nesta semana, e afirmou que está aproveitando o clube "como uma criança", ao conhecer as instalações. Questionado sobre a declaração de José Mourinho, que disse que o brasileiro não faria falta ao Chelsea, o defensor mostrou-se sereno e frisou que o luso já está no passado.
- Se ele falasse que ia sentir minha falta, ele ia se contradizer, pois ele escolheu minha saída, foi a favor também. Se ele fala que ia sentir falta, um resultado ruim à frente poderia fazer ele se contradizer. Eu escuto agora meu treinador, não o Mourinho. Ele é meu ex-treinador. O que importa para mim são as palavras e os conselhos do Blanc. Mourinho e Chelsea são passado. Fui muito feliz lá, mas faz parte do passado. Agora é olhar para o presente, que está sorrindo para mim.
O brasileiro também comentou a chance de poder levar a parceria com Thiago Silva da seleção brasileira para dentro do clube, afirmando que a dupla se entende "só no olhar" e sempre busca estar se aperfeiçoando. Por isso, as duras críticas sofridas pelos dois após a eliminação na Copa do Mundo parecem não importa muito.
- Acho que se a Copa do Mundo acabasse nas quartas de finais, não tinham essas questões. Isso é parte do passado, é aprendizado com as coisas positivas e negativas. A qualidade minha, do Thiago, do Dante, do Henrique, não se discute. Não jogamos só dois jogos na nossa carreira. Às vezes acontece isso no futebol. Futebol sempre se fala do último jogo. Não vejo a hora de jogar o próximo jogo. Inteligentes são aqueles que aprendem em todos os momentos da vida.
Disposto a atuar como zagueiro ou volante, David Luiz disse que tem Pablo Aimar, seu ex-companheiro de Benfica, como uma referência na carreira, e buscará aprender com todo o elenco do PSG. O brasileiro admitiu que "os primeiros dias foram muito difíceis" após a eliminação para a Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo, mas que aproveitou para reconhecer os erros e agora poder aproveitar a grande oportunidade na carreira. Sobre as declarações de Dunga quanto à priorização do marketing em detrimento do foco dentro de campo, novamente mostrou-se sereno.
- Temos que mostrar nosso trabalho e competência. As demais coisas que você tiver que fazer são bem-vindas, mas eu nunca vendi minha imagem. Sempre fui eu, e as pessoas podem gostar ou não. Sou o que sou. Nunca posei de bad boy ou de bom moço. Tenho opinião própria. O Dunga falou o natural de um treinador de futebol, que quer 11 jogadores dentro de campo. Se as coisas que aconteceram de bom para mim nesse Mundial puderem ser adicionadas, e não serem o primordial para mim, serão bem-vindas. E que os brasileiros consigam enxergar o verdadeiro David Luiz - disse.