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"Esse pedido é um absurdo, O máximo que o Palmeiras deveria ter pedido, era a validação do gol, e não sua anulação".

"Esse pedido é um absurdo", foi a resposta para o pedido do Palmeiras.

Atualizado: Quinta-feira, 8 Novembro de 2012 as 2:27

 

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) frustrou, com certa ironia, os planos do Palmeiras de conseguir disputar uma nova partida contra o Internacional, pelo Campeonato Brasileiro. Em sessão do Pleno nesta quinta-feira, os membros do tribunal julgaram improcedente o pedido de impugnação do jogo ao descartar influência externa para determinar a decisão da equipe de arbitragem em anular o gol de Hernán Barcos, em lance com a mão. Com isso, a vitória colorada por 2 a 1, conquistada no Beira-Riono dia 27 de outubro, está mantida.
 
O Internacional se mantém com 51 pontos na tabela do Campeonato Brasileiro. O time colorado ocupa a sexta colocação do torneio. O Palmeiras, por sua vez, fica com 33 pontos, na 18ª colocação. Na zona de rebaixamento, a equipe de Barcos tem mais quatro jogos para tirar sete pontos de diferença e tentar escapar da queda para a segunda divisão.
 
"O máximo que o Palmeiras deveria ter pedido, era a validação do gol, e não sua anulação. Esse pedido é um absurdo, se isso acontecer tem que pegar o boné e ir embora", ironizou o procurador geral do STJD, Paulo Schmitt. "Se essa partida for remarcada, quem vai apitar? Vai ser portão fechado? Porque vai dar morte. Anular uma partida é um absurdo".
 
Em julgamento por vezes tenso, a primeira prova apresentada pelo Palmeiras foi a transmissão do jogo da TV Bandeirantes. O trecho do vídeo traz relato da repórter Tayná Rodrigues. Ela comenta que o delegado do jogo perguntou aos jornalistas se o lance havia sido de mão. O Internacional rebateu com áudio e imagens da TV Globo da partida, em que não existem comentários nesse sentido.
 
Logo em seguida, Barcos foi chamado à sala do tribunal para explicar o lance anulado. O argentino confirmou que tocou com a mão na bola, após falta do zagueiro colorado Índio. O atleta negou ter marcado de forma intencional e disse não ter ouvido o árbitro pedir ajuda externa para definir a anulação, pois manteve distância da confusão por estar pendurado.
 
O árbitro Francisco Carlos Nascimento ocupou o lugar de Barcos e foi questionado de forma dura pelo advogado do Palmeiras. O juiz confirmou erro por ter validado o lance em um primeiro momento. Em seu relato, ele diz que quatro árbitro – doze segundos depois – o informou sobre o gol marcado de forma ilegal. A demora em recomeçar o jogo, segundo Nascimento, aconteceu por causa da sua tentativa em saber o jogador que colocou a mão na bola.
 
O quarto árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima apenas corroborou a versão do juiz principal da partida entre Internacional e Palmeiras. O delegado do duelo, Gerson Baluta, também falou sobre o lance. Com direito a ironia para explicar a distância em que estava para o polêmico lance, ele descartou ter tido influência na decisão da equipe de arbitragem em anular o gol de Barcos.
 
"Se alguém tiver imagem em que eu esteja a menos de dez metros dessa repórter, quero ver", disse ele.
 
Após uma pausa, o julgamento foi retomado e o advogado do Palmeiras usou o lado emocional para tentar convencer Zveiter da idoneidade de Taynah Espioza. "Ela é, inclusive, gaúcha, sobrinha do ex-técnico Espinosa, que treinou o meu Botafogo e o seu Botafogo", disse José Mauro Couto, para depois continuar. "Porque que o delegado do jogo apareceu tanto? A imprensa estava louca? Ela não tinha nenhum interesse no caso, e merece muito mais credibilidade que os depoimentos do delegado e do árbitro aqui hoje, que pretendem negar qualquer erro que possam ter tido".
 
Para se defender, o advogado do Internacional, Daniel Cravo, explicou que o Palmeiras não respeitou alguns procedimentos legais na hora de apresentar provas e ainda lembrou que outros clubes estavam interessados naquela decisão. Por fim, ele desqualificou os argumentos do advogado palmeirense.
 
"É quase uma leviandade dizer que três profissionais vieram aqui mentir (em relação ao delegado e árbitros), em troca de aceitarmos notícia da imprensa. Poderia trazer aqui 400 outras notícias que diriam outra coisa a respeito do fato", afirmou Daniel Cravo.
 
Por fim, foi a vez dos membros do STJD confirmarem que a vitória nos bastidores seria do Internacional. "Tanto não houve influência externa que, após cinco minutos, mesmo com toda a imprensa sabendo quem marcou o gol de mão, a arbitragem não teve conhecimento disso", afirmou Paulo Schmitt.
 
Entenda o caso
 
O gol de mão de Hernán Barcos na partida entre Internacional e Palmeiras, no dia 27 de outubro, gerou uma grande confusão. O Palmeiras pediu a anulação do resultado – derrota por 2 a 1 – ao argumentar que o delegado da partida, Gerson Baluta, usou ajuda eletrônica externa para dar a informação ao trio de arbitragem, liderado porFrancisco Carlos Nascimento, de que o atacante argentino havia tocado com a mão na bola para empatar a partida.
 
O gol foi anulado após muita discussão no gramado do Beira-Rio, com mais de seis minutos de conversa tensa entre jogadores e arbitragem – no primeiro momento, o juiz confirmou o empate em 2 a 2. O Palmeiras reagiu à decisão final e levou a partida para os tribunais. O STJD acatou o protesto legal e pediu que a CBF suspendesse a vitória do Internacional até que o caso fosse julgado.
 
Apesar de todos os incidentes durante a partida, Francisco Carlos Nascimento afirmou que "nada houve de anormal" no confronto entre Internacional e Palmeiras, em relato na súmula.
 

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