Parte da torcida do Palmeiras em Presidente Prudente não poupou críticas ao presidente Paulo Nobre, após a derrota por 2 a 0 para o Botafogo, no Prudentão, nesta quarta-feira. Alguns torcedores protestaram muito contra o dirigente, que teve dificuldades para sair do estádio. Eles pediram reforços e fizeram ofensas pessoais.
Questionado sobre se a atitude dos torcedores era válida e condizente com o momento do Verdão, o técnico interino Alberto Valentim discordou. Ele citou as inúmeras chances da equipe no primeiro tempo, quando o Palmeiras teve amplo domínio do jogo, para explicar seu pensamento.
- Não. Pela campanha que estamos fazendo, brigando para estar entre os primeiros, e pelo jogo. Quem analisar friamente verá que jogamos bem. Se tivéssemos ido muito mal e o Botafogo tivesse pressionado... mas não foi isso. Tenho certeza que do outro lado o Mancini (técnico do Botafogo) está falando que o jogo foi difícil e que ele encontrou uma grande equipe pela frente - analisou.
Valentim também falou sobre o legado que deixará para o argentino Ricardo Gareca, presente no estádio para ver o jogo. Ele assumirá a equipe definitivamente durante a paralisação para a Copa do Mundo, na metade de junho.
Após a derrota, o Verdão estacionou nos 12 pontos e aguarda o complemento da oitava rodada do Brasileirão para conhecer sua classificação.
Confira os principais trechos da entrevista do técnico interino Alberto Valentim
Parte física após maratona
- O nosso time se entrega muito. O futebol brasileiro é assim: você joga quarta e domingo. Depois da logística e das viagens ruins que tivemos, os jogadores deram uma boa resposta. Merecíamos ter saído na frente. Começamos melhor, mas futebol é assim.
Segunda derrota
- Queremos melhorar. Teremos de recuperar fora. Quando se perde em casa, contra um time em dificuldade na tabela, como o Botafogo, mas que estava na Libertadores e tem um grande treinador, você precisa recuperar. Temos de lembrar que tem um adversário do outro lado. Até a expulsão do Wesley estávamos melhor.
Expulsão do Wesley infantil
- Achei que ele pegou a bola. Não foi infantil. Raspou a bola e o jogador. Tem de rever. Achei que foi pesada a expulsão, porque ele pegou na bola.
Enfrentar o Grêmio com muitas mudanças
- Tenho de ver como os jogadores estarão. Amanhã vamos treinar e sexta-feira veremos quem vai começar, porque preciso saber quem está 100%.
Após quatro vitórias, duas derrotas e protestos
- No Palmeiras não tem meio termo. O torcedor é apaixonado e quer ver o time no topo da tabela. Mas temos de analisar com calma: o time jogou bem. Podeíamos ter feito 2 a 0 no primeiro tempo, mas depois com um a menos e o gol que não podemos tomar, enfim... É continuar trabalhando. Não podemos achar que estava tudo bom antes, e agora não está tudo errado pela segunda derrota.
Protestos são válidos
- Não. Pela campanha que fizemos, brigando para estar entre os primeiros, e pelo jogo. Quem analisar friamente verá que jogamos bem. Se tivéssemos ido muito mal e o Botafogo tivesse pressionado, tudo bem. Mas não foi. Tenho certeza que do outro lado o Mancini esta falando que o jogo foi difícil e encontrou uma grande equipe.
Empate contra o Grêmio seria bom
- O Palmeiras entra sempre para vencer. Lógico que se no jogo não der pra vencer, faltando poucos minutos, tenta-se o empate. Mas olha o tamanho do Palmeiras para tentar empate fora? Com todo respeito ao Grêmio, que está bem, vamos atrás da vitória.
Legado para o Gareca
- É um grupo que ele terá tranquilidade para trabalhar. É um grupo muito fera, ótimo e que gosta de trabalhar. O ambiente é maravilhoso. Espero passar o mais rápido possível as características dos jogadores pra acelerar o processo de conhecimento do elenco.
Time vai evoluir com o tempo como Gareca disse
- Sempre disse mesmo depois das vitórias que precisávamos melhorar. Vai ser assim com a chegada do Ricardo. Vai melhorar. O legal é que ele está tendo tempo pra ver o time de cima. Vamos ter uma crescente no campeonato.