Famoso por dizer que o Brasil merecia receber um \"chute no traseiro\" para acelerar as obras para a Copa do Mundo em 2012, Valcke desta vez reclamou da estrutura política brasileira, dividida nos níveis federal, estadual e municipal. No dia seguinte, como de costume, alegou que foi mal-interpretado.
"Vou dizer algo que é uma loucura, mas menos democracia é, às vezes, melhor para a organização de uma Copa do Mundo\", afirmou o francês na quarta-feira. \"A principal luta que temos é quando entramos em um país onde a estrutura política se divide, como o Brasil. É muito difícil organizar uma Copa nessas condições\", completou.
Questionado sobre o assunto, Rebelo rebateu. \"O Brasil é uma democracia em processo de consolidação. Temos três poderes com as suas atribuições muito definidas e vários órgãos fiscalizadores, cada um com suas atribuições constitucionais e legais. Conquistamos essa democracia e gostamos da democracia\", declarou.
Ao comentar o andamento das obras para o Mundial-2014, Rebelo citou suas recentes visitas a estádios e encontros com políticos responsáveis pelas sedes. Os preparativos para a Copa das Confederações, com início previsto para junho, sofreram atraso, admitiu o ministro.
"Estamos marchando com todo o esforço para entregar essas obras. Houve atrasos na Copa das Confederações? Houve. Tínhamos que entregar os seis estádios em dezembro, e só entregamos dois. Nós sabemos disso. Mas estamos fazendo um esforço para entregar todos em abril ou até o começo de maio\", afirmou, citando outras nações.
"O Brasil não é o único país do mundo a ter problemas na entrega dessas obras. Na véspera da Eurocopa, vi estádios ainda em obras. Nas Olimpíadas de Pequim-2008, foi a mesma coisa. Em Londres-2012, tivemos problemas na área de telecomunicações\", enumerou.
Finalmente, Aldo Rebelo fixou o final deste ano como prazo máximo para concluir todas as arenas no Brasil. \"Nossos problemas serão resolvidos com muito trabalho, disciplina e esforço para que até dezembro possamos entregar os outros seis estádios\", declarou o ministro.
*Com Gazeta