Falhas na rede elétrica deixaram mais de 370 milhões de moradores da Índia - mais do que a população de Estados Unidos e Canadá juntas - sem energia nesta segunda-feira, no pior apagão em mais de uma década, destacando problemas de infraestrutura crônicos que atrasam a terceira maior economia da Ásia.
O principal conselheiro do governo sobre planejamento econômico, Montek Singh Ahluwalia, disse que o apagão pode ter sido causado por uma combinação de escassez de carvão e outros problemas na rede. Mas apagões que duram até oito horas por dia são frequentes na maior parte do país e provocaram protestos furiosos na periferia industrial de Nova Délhi recentemente.
As luzes da capital, Nova Délhi, e em sete Estados no norte do país apagaram durante a madrugada, deixando trabalhadores da capital sufocando de calor durante a noite e, depois, presos em estações de metrô na hora do rush.
O caos reinava nas estradas sempre agitadas de Délhi na segunda-feira, conforme semáforos falhavam e milhares de passageiros abandonavam o metrô. Estações de bombeamento de água secaram.
"Primeiro, nenhuma energia elétrica desde às duas da manhã, depois não há água para tomar banho e agora o metrô está atrasado 13 minutos, depois de ter ficado preso no trânsito por meia hora\", disse Keshav Shah, de 32 anos, que trabalha a 30 quilômetros de distância da capital. \"Como se já não fosse a temida segunda-feira o suficiente, isso tinha que acontecer.\"
O fornecimento de energia elétrica foi restaurado para Délhi e na maior parte de Uttar Pradesh, um Estado com mais habitantes do que o Brasil, por volta das 12h no horário local (3h30 horário de Brasília). Mas os Estados de Rajastão, Punjab e Jammu e Caxemira ainda estavam sem energia elétrica total no início da noite.
O ministro de Energia, Sushilkumar Shinde, afirmou que a eletricidade seria restaurada por completo nas próximas horas.
Escassez de energia e redes rodoviária e ferroviária antigas têm pesado sobre os esforços do país para se industrializar. Lidando com o mais lento crescimento econômico em nove anos, Délhi recentemente diminuiu sua meta para investir US$ 1 trilhão em infraestrutura nos próximos cinco anos.
Com Reuters e AP