O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, entrou no crítico período de 90 dias até a convenção de seu partido em relativa igualdade com a Casa Branca. E decidiu começar lançando uma nova ofensiva para conquistar os eleitores independentes e minar a confiança no governo do presidente Barack Obama, seu rival da eleição de novembro.
Romney, que formalmente assegurou a indicação presidencial republicana nesta terça-feira, conquistando o número necessário de delegados na primária do Texas, lançou uma nova linha de críticas contra Obama, acusando o presidente de desperdiçar dinheiro dos contribuintes em empresas como a Solyndra, que declarou falência no ano passado após receber US$ 528 milhões em garantias de empréstimos federais.
Este foi um contra-ataque às acusações feitas pela Casa Branca sobre a liderança de Romney no Bain Capital, que Obama tem retratado como prova de que o candidato republicano não cuidará da classe média se for eleito.
Romney foi atormentado por sua decisão de participar na terça-feira de um evento de arrecadação de fundos em Las Vegas, na qual estava o milionário americano Donald J. Trump, que passou boa parte do dia concedendo entrevistas à emissoras de televisão pressionando seu ponto de vista há muito desacreditado de que Obama não nasceu nos Estados Unidos.
A campanha de Romney rejeitou este ponto de vista publicamente e afirmou se tratar de uma distração desnecessária.
Mas a resiliência da campanha de Romney, pelo menos nas primeiras seis semanas desde que se consolidou como o indicado do seu partido, se revelou frustrante para alguns democratas, que haviam previsto que ele teria sido profundamente prejudicado por primárias extraordinariamente combativas.
Para um candidato que não é naturalmente amado por muitos conservadores, Romney enfrentou pouca resistência ao unificar militantes do partido, doadores e oficiais eleitos que querem evitar que Obama conquiste um segundo mandato.
A campanha de Romney tem sido particularmente impulsionada por pesquisas que mostram que ele é competitivo com Obama quando a questão é a economia. Seus assessores afirmaram em entrevistas que estavam mantendo um olhar atento sobre os esforços de Obama em minar essa percepção levantando dúvidas sobre o trabalho de Romney no Bain Capital e suas alegações de que criou milhares de empregos.
Mas eles esperam que seus altos índices de aprovação sobre a economia o ajudarão a conquistar seu principal imperativo antes das convenções partidárias: solidificar a percepção de que Romney é um substituto adequado para Obama, principalmente entre eleitores indecisos e decisivos, que gostam do presidente mas estão prontos para "demiti-lo" caso consigam a confiar em Romney.
Por Jim Rutenberg e Jeff Zeleny