EFE
Videoconferência reuniu representantes do governo e cubanos residentes nos EUA para discutir mudanças políticas
O governo de Cuba abordou neste sábado o tema da reforma migratória na ilha durante uma videoconferência realizada entre Cuba e Estados Unidos como parte do Primeiro Encontro de Cubanos Residentes nos EUA. Saiba mais: Veja o especial do iG sobre a vida em Cuba
Na ilha, o vice-ministro de Relações Exteriores, Dagoberto Rodríguez, se referiu à atualização da política migratória na qual o governo trabalha e disse que as mudanças pretendem reduzir proibições e regulações estabelecidas em outros momentos históricos da revolução.
Nos EUA, 118 cubano-americanos participaram da conferência no edifício da embaixada suíça, onde o Escritório de Interesses de Cuba funciona, enquanto em Havana o encontro foi no Ministério das Relações Exteriores, com acesso liberado à imprensa.
Infográfico: fatos que marcaram a ilha
Durante a videoconferência de pouco mais de uma hora, os emigrados receberam também uma explicação sobre as reformas econômicas do Governo do presidente Raúl Castro na ilha e sobre o caso dos cinco agentes cubanos condenados por espionagem nos Estados Unidos.
Também tiveram a oportunidade de fazer perguntas sobre os temas tratados, várias delas relacionadas com as possibilidades de investir em Cuba, que abriria para eles a chamada "atualização" do modelo socialista cubano.
Rodríguez ressaltou a importância desta iniciativa para continuar o diálogo "permanente, fluído e respeitoso" de Cuba com sua emigração, e repassou as circunstâncias históricas da disputa política entre a ilha e EUA. Para ele, todo diálogo deve se basear na "decisão comum" de defender valores como a independência e soberania de Cuba e lutar contra o bloqueio econômico que Washington aplica à ilha há mais de meio século.
Além disso, Rodríguez detalhou que em 2011 cerca de 400 mil emigrados viajaram para Cuba para visitar seus familiares e desenvolver projetos culturais, acadêmicos ou de negócios. O Escritório de Interesses Cubanos enviou convites para cerca de 150 cubanos que moram nos Estados Unidos para o que denominou "o primeiro Encontro Nacional pela Unidade e a Mudança de Política com direção a Cuba".
A carta de convite, que é ao mesmo tempo o bilhete único para assistir ao encontro no edifício da rua 16, dois quilômetros ao norte da Casa Branca, faz referência a "mais de meio século de política arbitrária dos Estados Unidos com Cuba", incluindo o "criminoso embargo econômico".