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Governo do Egito confirma 173 mortes em confrontos na 'sexta da ira'

Governo do Egito confirma 173 mortes em confrontos na 'sexta da ira'

Atualizado: Sábado, 17 Agosto de 2013 as 6

Governo do Egito confirma 173 mortes em confrontos na 'sexta da ira'Os confrontos violentos que se espalharam pelo Egito nesta sexta-feira (16) deixaram 173 mortos, segundo balanço divulgado pelo governo neste sábado (16). Segundo o Ministério da Saúde, 95 morreram na região central do Cairo.
 
Outras 1.330 pessoas ficaram feridas ao redor do país, 596 delas na capital. Nos últimos três dias, 57 policiais morreram, segundo o porta-voz do governo, que não informou se estes óbitos estão incluídos entre as 173 vítimas fatais.
 
Entre os mortos está o filho de um general da Irmandade Muçulmana. Ammar Badie, de 38 anos, morreu após ser baleado enquanto participada de protestos na Praça Ramsés. Ele havia sido indiciado por incitação de violência e participaria do julgamento que será iniciado em 25 de agosto. Ele era filho do general Guide Mohamed Badie.
 
O governo egípcio - instaurado pelo Exército - indicou que enfrenta "um complô terrorista" da Irmandade Muçulmana para justificar a repressão que deixou mais de 800 mortos nos últimos dias, em sua maioria manifestantes fiéis ao presidente destituído.
 
"O governo afirma que seus membros, as Forças Armadas, a Polícia e o grande povo do Egito estão unidos para combater o complô terrorista tramado pela Irmandade Muçulmana".
 
Segundo o ministério do Interior, "o número de seguidores da Irmandade Muçulmana detidos é de 1.004,"  sendo 558 
 
Na capital egípcia, fortemente patrulhada pelo Exército e por comitês populares partidários do governo, ocorreram tiroteios com armas automáticas em diferentes bairros, principalmente em torno da Praça Ramsés, onde milhares de partidários da Irmandade Muçulmana estavam reunidos.
 
Cerco à mesquita
Um grupo de apoiadores de Morsi permanecia dentro da Mesquita Al-Fath, na Praça Ramses, no Cairo, capital do Egito, onde buscaram refúgio durante os distúrbios de sexta. Neste sábado, o local foi cerca do pela polícia e por opositores de Morsi, elevando a tensão no local e o temor de novos confrontos violentos.
 
Grande parte dos manifestantes deixou o local durante a madrugada, quando a polícia abriu passagem para eles saírem com segurança. soldados chegaram a entrar no local. A maior parte das pessoas que saíram eram mulheres e crianças.
O canal privado egípcio ONTV Live exibiu imagens da entrada dos soldados na mesquita Al Fath, no centro do Cairo, após uma noite de cerco extremamente tenso.
 
Frente à escalada, que desperta temores de que o país --em estado de emergência desde quarta-feira e onde impera um toque de recolher noturno em várias províncias-- mergulhe no caos, os Estados Unidos fizeram um novo apelo para que não seja empregada força excessiva contra os manifestantes, enquanto os europeus estudam "a adoção de medidas". A Alemanha indicou inclusive que quer revisar suas relações com o Cairo.
 
Convocação para os protestos
O grupo islâmico Aliança contra o Golpe de Estado convocou seus seguidores a protestar diariamente.
 
"Haverá manifestações contra o golpe de Estado todos os dias", disse, depois de seu movimento ter convocado seus partidários a protestar "aos milhões" e "pacificamente" para denunciar o "massacre".
 
Laila Musa, outra porta-voz do mesmo movimento, denunciou a prisão de seguidores de Morsi antes dos protestos desta sexta, entre os quais há pelo menos dois ex-membros do Parlamento.
 
Já o Tamarrod, movimento que promoveu as gigantescas manifestações pela destituição de Morsi, pediu que os egípcios formem 'comitês populares' para defender o país do que ele chama de "terrorismo" da Irmandade Muçulmana, à qual pertence Mursi.
 
As autoridades decretaram estado de emergência durante um mês na quarta e um toque de recolher na metade do país entre 19h (14h de Brasília) e 6h (1h de Brasília).
 

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