O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou neste sábado (2) que o Exército israelense vai manter suas operações contra o Hamas na Faixa de Gaza "pelo tempo que for necessário" em Gaza e com "toda a força necessária'".
"Prometemos desde o início o retorno à calma para os cidadãos de Israel e vamos continuar a agir até que tenhamos atingido este objetivo. Isto levará o tempo que for necessário e empregaremos toda a força necessária", declarou Netanyahu à imprensa em Tel Aviv.
Além disso, ele disse que o grupo islâmico palestino Hamas vai pagar um "preço intolerável", se continuar fazendo ataques de foguetes contra Israel.
Em resposta, o Hamas também disse que vai manter a luta contra Israel na Faixa de Gaza até que seus "objetivos sejam alcançados", segundo Fawzi Barhum, porta-voz do movimento islamita no enclave palestino.
"Vamos manter nossa resistência até que nossos objetivos sejam alcançados. Netanyahu quer reivindicar uma falsa vitória de seu governo e de seu Exército", afirmou Fawzi Barhum.
Conflito continua
Mais cedo neste sábado, uma autorização para retirada de algumas tropas chegou a ser vista como sinal de que Israel poderia recuar, após destruir os túneis construídos pelo Hamas na fronteira da Faixa de Gaza. As novas declarações de Netanyahu diminuem expectativas de uma resolução imediata.
O Exército de Israel disse na manhã de sábado que os palestinos que fugiram dos combates na cidade de Beit Lahiya, no norte da Faixa de Gaza."Os habitantes do norte da Faixa de Gaza receberam uma mensagem que informa que podem retornar ao setor de Beit Lehiya", afirma um comunicado do Exército. “Os moradores são aconselhados a tomar cuidado com dispositivos explosivos do Gamas que se espalharam pela área”, disse em mensagem enviada aos 70 mil moradores da cidade.
Crianças mortas
A ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, iniciada em 8 de julho, provocou a morte de pelo menos 296 crianças e adolescentes palestinos, anunciou o Unicef.
"As crianças representam 30% das vítimas civis", afirma o Fundo das Nações Unidas para a Infância.
"O número de crianças mortas nas últimas 48 horas pode aumentar, após uma série de verificações que estão sendo feitas", afirma o Unicef. Os dados ainda não são definitivos.
Segundo a informação que o Unicef possui atualmente, "entre 8 de julho e 2 de agosto foram registradas as morte de pelo menos de 296 crianças palestinas".
Mais de 1.650 palestinos, em sua ampla maioria civis, morreram em consequência da ofensiva israelense. No mesmo período, 63 palestinos morreram, em sua maioria militares.
O Estado de Israel acusa o movimento islamita palestino Hamas, que controla Gaza, de usar a população como "escudo humano".