A Secretaria da Saúde de São Paulo anunciou na manhã desta quarta-feira (25) que vai dobrar o número de agentes no combate à dengue de 500 para 1.000 no estado. O anúncio ocorre depois de a doença ter atingido 80.284 mil pessoas e matado 70 neste ano. A secretaria acredita que o estado vai bater o recorde de casos da doença em 2015.
Os novos agentes, que realizam, entre outros serviços, ações de nebulizações, terão contratos de três meses. O secretário da Saúde, David Uip, também informou que 30 médicos militares serão acionados. No total, o governo paulista investirá R$ 6 milhões para execução do plano.
Uip afirmou que a ação emergencial será implantada para ajudar as cidades que não tiveram respostas efetivas no combate e controle da doença. "Isso é um 'a mais' porque essa não é a função do estado", disse o secretário.
Além da contratação de 500 profissionais, o governo irá comprar 150 equipamentos para aplicação de inseticidas e 450 kits de proteção e segurança dos agentes, compra de sete vans para o deslocamento das equipes e conserto de 50 camionetes usadas no transporte de máquinas e inseticidas.
Segundo dados apresentados na coletiva, cerca de 100 municípios paulistas vivem uma epidemia de dengue e 80% dos criadouros estão dentro de residências, muitas delas fechadas.
Vacina
Nesta terça, o governo já havia informado que iria antecipar os testes da vacina da dengue. A fase de testes estava prevista para 2016, mas a administração estadual vai pedir autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar o teste em 13 mil pessoas. Se os testes forem aprovados, a vacina pode ficar disponível em 2016 ou no máximo até 2017.
A vacina, que começou a ser elaborada pelo Instituto Butantan há dois anos, deu bons resultados em fases anteriores. Os pesquisadores do instituto e da Faculdade de Medicina da USP fizeram a vacina com o vírus da dengue enfraquecido. Ela foi fabricada para combater os quatro tipos de vírus que existem no país em uma única dose.
Na primeira fase, 50 voluntários foram vacinados e, na segunda fase, 130 pessoas. Os cientistas dizem que os resultados são promissores.