Corpo de Champignon é velado em cerimônia aberta ao público.

Corpo de Champignon é velado em cerimônia aberta ao público.

Atualizado: Terça-feira, 10 Setembro de 2013 as 5:15

Corpo de Champignon é velado em cerimônia aberta ao público.O corpo do músico Luiz Carlos Leão Duarte Junior, de 35 anos, o Champignon, começou a ser velado no Cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos. A cerimônia estava prevista para começar às 19h, mas o corpo só chegou ao local às 19h55. O sepultamento do ex-baixista da banda Charlie Brown Jr. está programado para ser às 15h de terça-feira, no mesmo local onde o ex-colega de banda Chorão está enterrado.

Familiares e amigos receberam uma pulseira de identificação que dão direito de permanecer na área mais próxima ao caixão. A movimentação no local ainda é pequena.

Antes do início do velório, a reportagem do UOL conversou com Zé Renato, ex-segurança do Charlie Brown Jr., que se lembrou de como Champignon era "contido e introspectivo". Ele voltou a ter contato com o músico quando o baixista retornou à banda, em 2011, e foi testemunha da intensidade da amizade entre os integrantes. "Eram amigos mesmo, era uma amizade bem forte", disse. Ao citar o último show que acompanhou da banda, em Ouro Preto (MG), ele se lembrou de uma música que Champignon compôs com Chorão para brincar com o vocalista Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial.

Já Tânia Cristine de Oliveira Prado, que teve um relacionamento com Champignon há mais de 15 anos, contou ao UOL que se lembra do músico como uma pessoa muito amada e que era apegada, entre outras coisas e pessoas, a Chorão e a animais. "Às vezes, eu sentia que não sabia o que ele estava pensando", relembra. "A última vez que eu o vi foi há um ano. Ele estava bem, tanto na vida profissional como na amorosa."

Entenda o caso
Champignon foi encontrado morto no início da madrugada desta segunda, em seu apartamento, com um tiro no lado direito na cabeça. Segundo o boletim de ocorrência registrado no 89º Distrito Policial de São Paulo, em depoimento prestado pela viúva do músico, Cláudia Campos, ele ingeriu saquê no restaurante que jantou na noite de domingo (8) com a mulher e o casal de amigos Oscar e Juliana.

Ainda segundo o documento, foram consumidas duas garrafas de saquê no restaurante, mas não especifica se todos beberam ou apenas Champignon. Durante o jantar, a mulher --grávida de cinco meses-- contou que ela e o marido tiveram uma discussão e, ao chegar em casa, o músico se dirigiu para o estúdio/escritório e não deixou que ela entrasse no cômodo. Em seguida, ela ouviu dois disparos e o corpo caindo ao chão.

Segundo a delegada Milena Suegama, do 89º Distrito Policial de São Paulo, ele deu dois disparos com uma pistola calibre 380. O primeiro tiro teria sido um teste e foi feito em direção ao chão, e o segundo foi do lado direito da cabeça. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio.

Testemunho de vizinhos
Vizinho de Champignon, o corretor de imóveis Alexandre Banaion relatou que ouviu um barulho de tiro vindo do apartamento do músico por volta da meia-noite, seguido de gritos da mulher e latidos do cachorro do casal. Ele foi até a casa, onde encontrou a mulher do músico chorando e gritando: "Amor, você não fez isso".

Muito nervosa, Cláudia contou à delegada que discutiu com Champignon, mas declarou que o marido não era um homem agressivo e não usava drogas ou medicamentos controlados. Ela foi levada para um hospital em estado de choque por volta das 2h30 e liberada às 6h40. Champignon tinha ainda uma filha de 7 anos de seu primeiro casamento, e segundo um tio a menina está com a mãe e já sabe da morte do pai.

A pistola, outra arma, celulares e computadores foram apreendidos. A delegada informou que não encontrou qualquer vestígio de drogas no apartamento. Familiares disseram à polícia que o músico estava chateado com a imprensa, por conta das críticas negativas sobre a nova banda, A Banca.

O síndico do prédio esteve na delegacia para entregar imagens das câmeras de segurança. Em entrevista ao "SPTV", da Rede Globo, ele admitiu que uma imagem pode levantar suspeita de agressão. "Eu vou deixar isso para a polícia dizer", declarou Gino Castro.

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Morre Champignon; veja fotos da carreira do músico32 fotos

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Luiz Carlos Leão Duarte Junior, o Champignon, foi encontrado morto no início da madrugada desta segunda-feira (9), em São Paulo. Segundo as primeiras informações, o ex-baixista da banda Charlie Brown Jr. se suicidou com um tiro na boca Leia maisAnderson Borde/AgNews

Comunicados
Nas páginas oficiais das bandas Charlie Brown Jr. e A Banca no Facebook, a equipe dos grupos confirmaram a morte do músico através de comunicados. "A Família Charlie Brown Júnior comunica, com pesar, o falecimento do baixista Champignon, que participou de grande parte das formações da banda. Desde já agradecemos todas as manifestações de apoio dos fãs neste momento doloroso, e externamos nosso apoio à esposa, filha e todos os demais familiares", dizia o texto na página do Charlie Brown, primeiro a ser publicado.

Júnior Lima, que foi companheiro do baixista na banda Nove Mil Anjos, disse estar em choque. "Acordei agora com a noticia do Champ! Tô em choque! Perdi mais um irmão! Nao tô conseguindo acreditar! Pqp! Alguém sabe o por quê? Se ele deixou algum recado? O que que aconteceu? Tô perdido aqui sem informações! NÃO CONSIGO ACREDITAR!", escreveu no Twitter.

O caso ocorre seis meses após a morte de Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., no dia 6 de março, em São Paulo. O laudo apontou overdose de cocaína como a causa da morte do cantor. Em maio, outro músico que tocou com Champignon, Peu Sousa, foi encontrado morto enforcado com um cinto amarrado no pescoço.

Na época, Champignon disse não saber por que o amigo se mataria e disse acreditar que ele havia "perdido a fé". "Estou muito triste. Exatamente dois meses após a morte do Chorão, vem o Peu. Que ano!", disse ele. E acrescentou: "Não sei porque ele faria isso, mas acredito que ele perdeu a fé em viver. Se a pessoa vive sem fé, não importa se é em alguma religião ou em outra coisa, não tem como continuar".

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O começo de Champignon
Aos 12 anos de idade, Luiz Carlos começou a tocar como baixista logo após conhecer Chorão, em Santos (SP), onde moravam. Juntos, eles formaram a banda What's Up. Posteriormente, Chorão e Champignon convidaram o baterista Renato Pelado, que já tocava com outras bandas da cidade. Mais tarde, Marcão e Thiago Castanho completaram a primeira formação do grupo, que ainda não levava o nome oficial de Charlie Brown Jr.

Em 1993, a banda começou a se destacar em Santos e Chorão procurou o produtor musical Rick Bonadio, que gostou do som e os contratou. Na época, Champignon era menor de idade e, sempre que a banda se apresentava em casas noturnas, era preciso levar uma autorização judicial para que o jovem baixista acompanhasse o grupo.

Entre 1999 e 2006, a banda Charlie Brown Jr. conquistou espaço na mídia e se tornou conhecida por todo o Brasil. No entanto, Champignon e Chorão tiveram algumas desavenças. Em 2005, o baixista deixou o grupo e, quatro anos depois, ele se juntou a Júnior Lima, irmão de Sandy, para formar a banda Nove Mil Anjos.

Já em 2011, Champignon retornou ao Charlie Brown Jr. Ele fez parte da gravação do CD e DVD "Música Popular Caiçara", lançado em março de 2012. Permaneceu na banda até o seu final, quando, em março deste ano, Chorão morreu de overdose de drogas.

Após 22 anos de Charlie Brown Jr., visando eternizar a formação original da banda, Champignon, Graveto, Marcão Britto e Thiago Castanho decidiram que deveriam manter a união e deram continuidade à carreira da banda, que ganhou novo nome e nova formação. O projeto foi batizado como A Banca, e Champignon assumiu os vocais.

Em abril, durante a participação do grupo no programa "Altas Horas", Champignon falou com exclusividade para o UOL sobre  voltar à cena. "Se ficássemos em casa, morreríamos também. Temos que ir para a estrada, precisamos disso. É a nossa vida. Por que a gente iria ficar trancado em casa se a gente gosta mesmo é de tocar?".

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Mortes na música em 201339 fotos

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6.mar.2013 - Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., aos 42 anos Leia mais Divulgação

 

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