Começa nesta terça-feira (2) a montagem da estrutura que será usada na limpeza da boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. A fachada da casa noturna será coberta por uma lona para impedir que resíduos tóxicos se espalhem pelo meio ambiente.
O trânsito será bloqueado a partir das 8h na Rua dos Andradas, entre a Avenida Rio Branco e a Rua André Marques. Apenas moradores de prédios vizinhos poderão circular pela região.
A limpeza, na prática, começa nesta quarta-feira (3). Entre os serviços previstos estão a raspagem do forro, a limpeza das paredes e do piso, e a retirada de móveis e eletrodomésticos. A previsão inicial é de que o trabalho leve pelo menos sete dias. O custo deve ser de R$ 100 mil, valor que será cobrado dos donos da boate Kiss.
Depois da limpeza, os resíduos serão levados para Canoas, onde serão analisados. Um relatório vai ser encaminhado à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos. O fogo teve início durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira e se espalhou rapidamente pela casa noturna, localizada na Rua dos Andradas, 1.925.
Ainda estão em andamento dois processos criminais contra oito réus, sendo quatro por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio, e os outros quatro por falso testemunho e fraude processual. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada. Sete bombeiros também estão respondendo pelo incêndio na Justiça Militar. O número inicial era oito, mas um deles fez acordo e deixou de ser réu.
Entre as pessoas que respondem por homicídio doloso, na modalidade de "dolo eventual", estão os sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr (Kiko) e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão. Os quatro chegaram a ser presos nos dias seguintes ao incêndio, mas a Justiça concedeu liberdade provisória a eles em maio do ano passado.
Atualmente, o processo criminal ainda está em fase de instrução. Após ouvir mais de 100 pessoas arroladas como vítimas, a Justiça está em fase de recolher depoimentos das testemunhas. As testemunhas de acusação já foram ouvidas e agora são ouvidas as testemunhas de defesa. Os réus serão os últimos a falar. Quando essa fase for finalizada, Louzada deverá fazer a pronúncia, que é considerada uma etapa intermediária do processo.