RIO - O sentimento de luto pela morte de Eduardo Campos está dando espaço para o debate sobre o futuro da candidatura do PSB, segundo levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas para O GLOBO. O número de menções teve uma grande diminuição mas isto não quer dizer que a discussão tenha diminuído.
Veja o infográfico: Do luto à política
— A política tem pressa e começa a se impor. A fase do luto está passando e já podemos ver que o debate político começa a aparecer — afirma Marco Aurélio Ruediger, diretor de Análise de Políticas Públicas da FGV, que acredita que as redes sociais são um novo elemento para esta discussão — Hoje as pessoas têm uma capacidade de debater pelas redes e isto passou a ser visto com relevância na definição de cenários políticos.
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O momento em que os internautas mais comentaram sobre o assunto foi quando os meios de comunicação noticiaram a morte de Eduardo Campos com cinco mil postagens por minuto. Ao total, foram mais de 350 mil publicações somente no dia 13. A predominância eram de mensagens de luto e pouco se comentava sobre os desdobramentos políticos daquele episódio. Porém, com a mesma rapidez que as publicações de pesar surgiram, os internautas passaram a discutir as consequências nas eleições.
— As linhas se inverteram. No dia 13, o teor era o luto. Vira o dia e começa um realinhamento em que os termos políticos começam a aumentar. Agora, já estão em maior em número — afirma Ruediger.
Na última sexta-feira foram 1.354 menções. No aguardo das deliberações dos partidos da coligação, o nome de Marina Silva teve um aumento em suas menções mas sem especulações.
— Por enquanto não é claro uma convocação para Marina Silva. Interessante perceber que o debate está sendo feito mais em torno da candidatura e esperando as resoluções políticas. Mas, quando comparamos as principais lideranças como Aécio Neves e Dilma Rousseff, o nome de Marina é o que está mais em evidência vinculada neste episódio — afirma Ruediger.
A equipe também levantou quais são os termos que mais estiveram presentes em postagens com o nome de Marina Silva. No dia 13, a possibilidade da ex-senadora estar no mesmo avião do acidente foi bastante mencionada e sua provável candidatura no lugar de Campos aparecia de forma tímida. Já na sexta-feira, os termos “candidata” e “candidatura” aparecem com destaque.
Outro nome que foi bastante mencionado foi o de Antônio Campos, irmão de Eduardo Campos, que foi o primeiro da família a se manifestar publicamente.
— A partir do momento em que o irmão dele apareceu, as menções sobre ele começaram a subir e ele assumiu um certo protagonismo.
O pesquisador também afirma que o debate tornou-se mais profundo.
— Diminuíram as menções mas o nível da discussão está mais profundo, as pessoas estão procurando informações e compartilhando notícias sem muitas especulações.
POR RAPHAEL KAPA
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