Polícia divulga nome e foto de homem que atirou rojão

Polícia divulga nome e foto de homem que atirou rojão e matou cinegrafista da Band

Atualizado: Terça-feira, 11 Fevereiro de 2014 as 10

rojão
A Polícia Civil divulgou, na manhã desta terça-feira (11), a foto de Caio Silva de Souza, de 23 anos, suspeito de acender o rojão que atingiu o repórter cinematográfico Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, durante protesto no Centro do Rio na quinta-feira (6).
 
De acordo com a polícia, é ele quem aparece nas imagens registradas por fotógrafos e cinegrafistas usando calça jeans e camisa cinza suada.
Policiais da 17ª DP (São Cristóvão) realizavam, por volta de 11h30, buscas em diferentes regiões do estado, inclusive na Região dos Lagos, na tentativa de cumprir o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça na segunda-feira (10). Veja a decisão judicial no final da reportagem.
 
Segundo a polícia, Caio Silva de Souza é considerado foragido já que não foi localizado em seus endereços.
Morador da Baixada Fluminense, ele já tem duas passagens pela polícia, uma delas por  ter sido vítima de agressão em uma manifestação e a outra por um crime de menor potencial ofensivo, segundo a polícia.
O rapaz foi identificado após ajuda de Fábio Raposo, que confessou ter participado da ação e está preso desde domingo (9). Em depoimento, Raposo disse que Caio tem um perfil violento e que eles se conheciam apenas de outros protestos.
 
Investigação
O delegado Maurício Luciano, que conduz as investigações, disse que levou uma foto do suspeito para Fábio Raposo, que está à disposição da Justiça, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ele reconheceu o autor do disparo. Os dois vão responder por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar –, pelo uso de artefato explosivo, e pelo crime de explosão. Se condenados pelos crimes, a pena pode chegar a 35 anos de prisão.
Segundo o delegado, o autor do disparo tinha intenção de matar. “Foi um homicídio intencional. Não foi um atentado à liberdade de imprensa. Infelizmente, o Santiago estava na linha de tiro. A intenção era ferir ou matar os policiais. Segundo o Fábio, ele tinha um perfil violento, pelo porte físico”, explicou o titular da 17ª DP (São Cristovão).
De acordo com a decisão judicial, "o suspeito foi apontado por acender e posicionar o artefato que atingiu o cinegrafista". Diz ainda o texto expedido pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro: "A prisão temporária deve ser decretada para a garantia da ordem pública, da futura aplicação da Lei Penal e da futura instrução criminal. Há evidente necessidade de se resguardar a instrução,  a fim de que as provas sejam colhidas garantindo-se, ao final, a instrução criminal da causa, que merece integral apuração, dada a lesividade social para que os eventos violentos não mais se repitam", diz a decisão.
 
Advogado passou nome de suspeito
O advogado de Raposo, Jonas Tadeu, entregou à polícia, na segunda-feira, o nome, número de identidade e CPF do suspeito de acender o rojão. Apesar de Fábio Raposo ter colaborado para as investigações, o advogado afirmou que o delegado Maurício Luciano descartou o benefício da delação premiada para seu cliente. “Não está valendo. Mas isso vai ser uma discussão que eu vou levar pra juízo”, disse Jonas Tadeu.
A explosão – ocorrida durante confronto entre a PM e manifestantes – foi registrada por fotógrafos, cinegrafistas e câmeras de vigilância instaladas nas proximidades da Central do Brasil. Após a divulgação das imagens, Fábio Raposo se apresentou à polícia e disse ter passado o rojão ao homem que acendeu o artefato que atingiu o cinegrafista. No depoimento na 17ª DP (São Cristóvão), o rapaz afirmou não conhecer o suspeito de lançar o rojão em meio à manifestação contra o aumento da passagem de ônibus.
 

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