Polícia prende seis suspeitos por desvio de R$ 19 milhões do GDF

Polícia prende seis suspeitos por desvio de R$ 19 milhões do GDF

Atualizado: Quarta-feira, 29 Janeiro de 2014 as 6

cadeia
A Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira (29) seis pessoas suspeitas de participar de um esquema que desviou até R$ 19 milhões dos cofres do governo do Distrito Federal em sete anos. Elas eram responsáveis por uma creche que funcionava em Santa Maria e que dizia atender um número superior de crianças para receber mais recursos do governo. O GDF afirmou que vai aguardar a conclusão das investigações para se pronunciar.
 
A creche era mantida pela Associação Assistencial de Santa Maria, que firmou convênio com a Secretaria de Educação e com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda entre 2004 e 2011. De acordo com o titular da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, Fábio Souza, até agora a polícia já comprovou o desvio de R$ 8 milhões. As operações envolvendo o restante do dinheiro estão sendo investigadas.
 
Uma análise feita pela Secretaria de Fazenda apontou que 80% das notas fiscais enviadas ao GDF na prestação de contas eram falsas, emitidas por empresas que não prestavam serviço para a creche. Entre elas, há a de um açougue que diz ter vendido 1.900 pacotes fraldas descartáveis e 880 kg de sal para a associação. Há ainda uma nota que mostra o pagamento de palestra sobre orientação sexual para os alunos, sendo que a creche atendia crianças de até 5 anos.
A investigação começou há cinco meses, após o Ministério Público formalizar o pedido à Polícia Civil. O MP soube do caso pela própria Secretaria de Educação, que denunciou o esquema em 2011. No mesmo ano a creche foi desativada.
Ainda de acordo com a corporação, os presos faziam saques e transferências bancárias da associação para contas particulares. Em um único dia, chegaram a retirar R$ 100 mil.
 
Xavier disse que a polícia continua investigando para saber se houve desvios repasses a esses R$ 19 milhões, além de fraudes envolvendo outras associações. "Esse é o valor que conseguimos comprovar. Não podemos descartar a possibilidade de um desvio maior, nem de haver contratos com outras associações", disse.
 
Os seis presos foram indiciados por associação criminosa, falsificação de documento particular e apropriação indébita. Somadas, as penas podem variar entre 3 a 12 anos. A Polícia Civil informou que agora vai investigar se há envolvimento de agentes públicos. 
 

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