Um adolescente, de 17 anos, foi agredido ao tentar entrar no colégio de bermuda. O fato aconteceu na cidade de Nova Olinda, no norte do estado. O jovem chegou a entrar na escola para fazer uma prova, mas a Polícia Militar (PM) foi chamada para contê-lo.
Segundo a mãe do adolescente, que não quis se identificar, mesmo sendo proibido o uso de bermuda na escola, já que a norma é usar a calça como uniforme, houve excesso ao tentarem impedir o aluno. “Não precisava ter agredido, porque eles eram dois policiais, não precisava agir da forma que eles agiram”, conta.
O adolescente lembra que, além de ter sido agredido, sofreu ameaça. “Assim que estava entrando dentro do 3º pelotão lá, já me deu um murro nas costas. Aí eu sentei na cadeira, ele já foi logo me chamando de vagabundo, de delinquente, que eu não prestava, ainda apontou arma pra mim.”
Segundo a direção da escola, o estudante teria tentado entrar na unidade pelo portão principal, mas foi impedido por um servidor e pulou o muro para fazer a prova. A diretora, Deuzinete Pereira Costa, diz que o adolescente tem histórico de indisciplina eque desrespeitou os funcionários e policiais.
“Ele foi convidado a voltar em casa, a vestir a calça e retornar à escola. Ele falou que não, que ele ia entrar de qualquer jeito e começou a desacatá-los, com palavrões, xingamentos e até palavras obscenas”, relata a diretora.
Os policiais envolvidos na agressão continuam trabalhando. O comandante do destacamento da PM de Nova Olinda, Raimundo Nonato, ressalta que a polícia deve investigar o caso. “Conversando com os policiais, logo ao tomar conhecimento da informação, eles negaram, falaram que não, que usaram da força necessária para imobilizar o adolescente porque ele resistiu e desobedeceu e, posteriormente, foi conduzido à delegacia de polícia para lavrar o TCO [Termo Circunstanciado de Ocorrência ]”, argumenta.
A mãe diz que o filho nunca foi um adolescente fácil de se lidar, no entanto, reclama da postura da direção da escola. “A partir do momento que meu filho se recusou a sair da escola, a escola deveria ter me ligado porque, quando eu vou a escola para matricular o meu filho, lá tem um nome do responsável, que sou eu.”
A diretora da escola diz que não sabe porque a polícia foi chamada. “Não sei informar bem porque eu não estava presente, mas eu acredito que foi em consequência do desacato dele”, observa.
O Conselho Tutelar da cidade foi procurado, mas ninguém foi encontrado. O estudante fez exame de corpo delito e o laudo deve sair em 30 dias. A Secretaria de Educação do Tocantins diz que a direção da escola foi notificada, porque nenhum aluno pode ser proibido de assistir à aula por causa de roupa.