O traficante colombiano preso pela Polícia Federal em Roraima lidera um grupo acusado de cerca de 250 homicídios em seu país. Marcos de Jesús Figueroa Garcia, conhecido como Marquitos Figueroa, responde a mais de 100 processos e o governo da Colômbia tinha fixado em US$ 250 mil (cerca de R$ 620 mil) a recompensa por informações que levassem a sua captura.
O adido militar da Colômbia no Brasil, Narcizo Martinez, afirmou que já existem cinco mandados de prisão expedidos contra Figueroa. O traficante atuava na região norte da Colômbia e há suspeitas de ligações de seu grupo criminoso com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e com Los Zetas, cartel mexicano. As drogas negociadas pelo grupo tem como principais destinos o Caribe, América do Norte e Europa. A violência é uma das principais características da organização criminosa de Figueroa.
- São cerca de 250 homicídios atribuídos a ele e ao grupo que ele liderava. Há homicídios que participou diretamente e outros em que foi mandante – afirmou Martinez.
Figueroa chegou a ser preso no início dos anos 2000, mas fugiu da prisão. Desde então a polícia colombiana busca sua captura. Ele é acusado de assassinatos de políticos e operadores da justiça. A primeira informação de que ele estaria em Roraima foi obtida por meio de um policial infiltrado no grupo do traficante. Segundo as informações da investigação, ele se movimentava nos últimos meses entre a Colômbia e a Venezuela até se instalar em Boa Vista.
O diretor da divisão de combate ao crime organizado da Polícia Federal, Oslain Campos Santana, afirma que a ajuda brasileira foi solicitada em agosto. Desde então a PF começou a monitorar endereços em Boa Vista atrás do traficante. Ele foi preso em uma casa considerada de alto padrão em Boa Vista e foram apreendidos três veículos. Figueroa estava acompanhado de um sobrinho e de seguranças. A PF vai agora investigar se ele praticou crimes no Brasil ou apenas se escondia no país. A primeira suspeita é de lavagem de dinheiro.
- É possível que ele tenha praticado lavagem de dinheiro do tráfico – disse o diretor.
Foram mobilizados cerca de 15 policiais federais para a captura, mas não houve resistência e a prisão ocorreu sem que nenhum tiro fosse disparado. Figueroa está em trânsito para São Paulo. Sua prisão foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O governo boliviano pedirá agora a extradição, que deve ocorrer em, no máximo, 60 dias.
Segundo Oslain, já foram realizadas neste ano 43 prisões para fins de extradição. Em 2013, outros 63 criminosos estrangeiros foram capturados no país e extraditados.