A série de jogos de luta "Street Fighter" comemora 25 anos nesta quinta-feira (30) e é talvez a franquia do gênero mais conhecida no mundo, com mais de 25 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
E foi o gosto pelas artes marciais e a vontade de se fazer um jogo para os fliperamas que personagens como Ryu e Ken apareceram e são conhecidos pelos fãs até hoje. É o que conta em entrevista ao G1 o produtor de "Street Fighter X Tekken", Tomoaki Ayano, da Capcom, que atualmente trabalha com uma das franquias mais valiosas da produtora japonesa.
Mas o sucesso não veio tão facilmente. Ayano conta que o primeiro "Street Fighter" lançado em 1987 não tinha comandos tão precisos e muitos reclamavam não conseguir realizar os golpes especiais como o Hadouken, a bola de energia de Ryu, e o Shoryuken, um gancho poderoso. "Mas plantamos a semente para o sucesso que 'Street Fighter II' viria a ser.
O produtor ainda fala sobre os fãs da série, que segundo ele "a mantiveram viva ao longo dos anos", sobre os concorrentes copiarem o jogo e sobre um torneio do jogo de luta que será realizado no Brasil em outubro.
G1 - O que a Capcom queria ao lançar “Street Fighter”? Naquela época, por que foi feito um jogo de luta?
Tomoaki Ayano - “Street Fighter” nasceu da ideia de se criar uma máquina para os fliperamas. O diretor do game na época gostava muito de artes marciais e queria incluir este sentimento no título.
O controle do jogo original tinha apenas dois botões com sensibilidade de pressão. Como resultado disso, um toque de leve no botão aplicava um golpe fraco no jogo, enquanto uma pressão mais forte provocava um ataque com mais força.
Além do esquema de controle, o jogo possuía personagens memoráveis e uma história que todos conseguiam entender. Como resultado, o gênero de luta se tornou muito popular e foi plantanda a semente do sucesso que “Street Fighter II” acabaria se tornando.
G1 - O que o público achou do primeiro “Street Fighter”?
TA - Uma das coisas que os jogadores diziam na época era “eu não consigo fazer nenhum golpe especial!”. O “Street Fighter” original exigia movimentos precisos para que os jogadores conseguissem soltar um Hadouken ou um Shoryuken. Estes golpes era tão poderosos que quem os soltasse primeiro geralmente vencia a luta.
O jogo acabou sendo muito popular, mas focava em partidas do jogador contra personagens controlados pela máquina. Isso mudou com a popularidade explosiva de “Street Fighter II”, que focou em partidas entre dois jogadores, iniciando o “boom” dos jogos de luta na década de 1990.
G1 - Qual a importância da série para a Capcom?
TA - A produtora tem sorte de ter inúmeras franquias populares e cada uma delas é importante para a empresa. Graças aos fãs, “Street Fighter” desfruta de uma história de uma franquia muito popular. Internamente, damos muita importância para a franquia.
Com o aniversário de 25 anos de “Street Fighter” planejamos muitas festividades. Faremos um torneio no Brasil em outubro [durante a feira Brasil Game Show] e espero que todos possam ir se divertir.
G1 - Outros jogos copiaram “Street Fighter” ao longo dos anos. Qual a sua opinião sobre isso?
TA - Eu não acho ruim outros jogos terem copiado “Street Fighter” ao longo dos anos. O fato de que concorrentes tentam copiar o seu jogo é a prova de como o título é popular. Ainda, por ter rivais no gênero, somos forçados a tentar fazer jogos ainda melhores. Foram os nossos concorrentes que permitiram que a franquia evoluísse e se alcançasse a força que tem hoje.
G1 - Foi com “Street Fighter II” que a franquia ficou conhecida. O que a Capcom fez para que isso acontecesse?
TA - “Street Fighter” recebeu inúmeras versões ao longo dos anos para se adaptar e atender a demanda e o que os jogadores queria. A Capcom sempre deu importância à comunidade de usuários e, com isso, tentamos sempre melhorar nossos jogos a cada novo lançamento. Ainda, a Capcom tem diversos torneios oficiais e não-oficiais ao redor do mundo.
Mesmo assim, houve uma grande lacuna de tempo entre o lançamento de “Street Fighter III” e “Street Fighter IV”, quando não lançamos nenhum novo jogo da franquia. Neste período, foi a comunidade que manteve a franquia viva e estamos muito agradecidos por isso. Com “Street Fighter IV” tentamos engajar a comunidade o máximo possível por meio das redes sociais como Facebook e Twitter. Queremos aproximar ainda mais nossa relação com a comunidade para manter a popularidade de nossas franquias ao longo dos anos.
G1 - A Capcom sabe que os brasileiros adoram “Street Fighter”? É por isso que o jogo tem personagens brasileiros?
TA - O time de desenvolvimento sabem que os brasileiros adoram a série. Estamos gratos por todos os fãs que temos no país, que é um dos motivos de fazermos o torneio em outubro. Queremos devolver aos fãs todo este suporte ao longo dos anos.
Claro que, quando se fala de Brasil, não podemos esquecer do Blanka, que foi um dos oito personagens de “Street Fighter II”. O país sempre teve um espaço especial em nossos corações conforme temos trabalhado com Blanka por todos estes anos.
G1 - O que os fãs podem esperar do futuro da série?
TA - É o aniversário de 25 anos de “Street Fighter” e temos muitas coisas para celebrar a data. Queremos manter a série forte e lembrada pelos fãs para celebrarmos o aniversário de 50, 100 anos da série no futuro. Então, continuem jogando e se divertindo.