O número de brasileiros que buscam intercâmbio vem crescendo nos últimos anos. A quantidade quase triplicou em uma década, indo de cerca de 85.000 em 2007 para pouco mais de 246.000 no último ano, segundo dados da associação de agências do setor, a Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta).
Apesar do tipo mais buscado ainda ser o curso de idiomas, a modalidade que tem se destacado nos últimos semestres é a que permite trabalhar legalmente. Este tipo atrai a atenção de quem tem pouco dinheiro para bancar o programa, busca de subir profissionalmente e até mesmo quer migrar para outro país.
Dentre os destinos mais procurados estão Austrália, Irlanda, Canadá, Nova Zelândia e Dubai. Todos esses países oferecem uma modalidade de visto que permite arrumar o emprego mediante matrícula em cursos técnicos ou de idiomas. A duração mínima varia de 13 e 26 semanas (veja tabela abaixo).
(Foto: Arte/VEJA)
A agência Descubra o Mundo Intercâmbio registrou o crescimento dessa modalidade, com o número de vendas praticamente triplicando em um ano. Para o fundador da agência, Bruno Passarelli, a busca por capacitação, com as empresas cada vez mais competitivas, motiva esse tipo de curso.
“Boa parte das pessoas que trabalham na sua área no exterior e têm boa performance acabam recebendo uma oferta de trabalho no país de intercâmbio”, diz Passarelli.
Para o sócio-diretor e fundador da agência CI, Celso Garcia, o objetivo deste tipo de programa é ajudar na formação profissional. A empresa tem notado nos últimos anos aumento da procura por intercâmbio de todas as modalidades e em todas as classes sociais. “O objetivo não é trabalhar, é trabalhar e estudar. A vantagem dessa modalidade é que se pode ganhar um dinheiro para ajudar nas despesas”, explica.
Diante do aumento na procura — o número de vendas dobrou no primeiro semestre deste ano — a empresa decidiu fazer uma feira setorial para esse segmento, que acontece até o dia 21 em três capitais.
Os especialistas indicam que, embora não haja restrição para o tipo de emprego o mais comum é conseguir vagas operacionais nos setores de hotelaria, turismo, eventos e restaurantes. O nível de inglês é determinante para conseguir se inserir nas posições que pagam melhor.
O diretor nacional de vendas da agência STB Rui Moreira, indica que o mais comum é que se leve a quantidade de dinheiro necessária para se manter de 1 a 2 meses. “Nós alertamos que o intercambista não vai conseguir emprego no dia seguinte ao que chegar no país”. A agência registrou alta de 30% nas vendas dessa modalidade no primeiro semestre do ano em comparação com o último semestre do ano anterior.