O envelhecimento da pele faz parte do ciclo da vida. Para manter o aspecto jovem da pele, o de produtos como a botulínica tipo A (popularmente conhecida como Botox, nome de uma marca americana que a fabrica) é responsável por dar maleabilidade e a elasticidade à pele e
recomendada para rugas faciais suaves. Um relatório publicado pela revista “JAMA Facial Plastic Surgery”.
Nossa pele possui três características biomecânicas: resistência, flexibilidade (a capacidade de esticar) e elasticidade (a capacidade de voltar à forma). Na medida em que as pessoas envelhecem, essas propriedades se alteram, e a perda de elasticidade é a mudança mais evidente. Por isso, os médicos usam vários métodos para reverter os sinais de envelhecimento, e as injeções de toxina botulínica tipo A estão entre os recursos mais populares.
O médico James P. Bonaparte, também pesquisador da Universidade de Ottawa, e David Ellis, da Universidade de Toronto, procuraram entender melhor o efeito desta toxina sobre a pele, estudando seu efeito em 48 mulheres (43 delas completaram o estudo) que receberam, em uma clínica de cirurgia plástica particular, um tratamento para rugas leves da testa e ao redor dos olhos.
Os responsáveis notaram que as injeções da substância na face aumentaram a flexibilidade e a elasticidade da pele. Estas alterações biomecânicas imitam uma pele mais jovem. O mecanismo que leva a essas mudanças ainda não está claro, mas o efeito da aplicação da toxina é semelhante ao do procedimento de enrijecimento da pele por radiofrequência. No entanto, quatro meses após a aplicação, a pele voltou a ser como era antes do tratamento.
“As mudanças que estão ocorrendo na pele dos pacientes parecem ser opostas àquelas associadas ao processo de envelhecimento, à exposição à radiação ultravioleta e à inflamação. Esse estudo também sugere que a duração do efeito dessas mudanças é semelhante à duração do efeito da medicação. Mas estudos adicionais são necessários para determinar e qualificar as alterações histológicas que estão ocorrendo”, conclui a pesquisa.
De acordo com a doutora Catherine P. Winslow, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, que comentou o estudo, o impacto da toxina botulínica tipo A continua a ser avaliado “na tentativa de ampliar a compreensão do impacto bioquímico na pele”.
“Unindo essa pesquisa a outras investigações sobre a elasticidade e o colágeno da pele que teve a toxina injetada, amplia-se a capacidade dos cirurgiões plásticos de refinarem as estratégias antienvelhecimento de pacientes e de educá-los sobre a importância de terapias não-cirúrgicas para a manutenção. Além disso, abre novas opções de tratamento para cicatrizes e doenças de pele”, opinou Catherine.