9 perguntas que devem ser feitas ao ginecologista

O site Saúde reuniu questões que não podem deixar de ser contempladas nas consultas.

fonte: Guiame, com informações de Saúde É Vital

Atualizado: Terça-feira, 30 Maio de 2017 as 9:11

Visita ao ginecologista irá garantir saúde e bem-estar. (Foto: Shutterstock)
Visita ao ginecologista irá garantir saúde e bem-estar. (Foto: Shutterstock)

Não basta fazer uma visita rápida ao ginecologista apenas para conferir a saúde íntima — é  fundamental sair do consultório com pelo menos nove perguntas respondidas. Confira a seleção de perguntas feita pelo site Saúde:

1. Qual o contraceptivo ideal?

Evitar a gravidez sempre foi uma atribuição exclusiva da mulher. Mas a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) quer mudar essa visão com a campanha #VamosDecidirJuntos. “A escolha do contraceptivo tem de ser compartilhada pelo casal, não só pela parceira, com o ginecologista”, defende o médico César Fernandes, presidente da entidade.

Como existem várias opções, a seleção deve pesar prós e contras. “Ela depende de uma tríade: o perfil da mulher, o perfil do método e o contexto”, resume o ginecologista Silvio Franceschini, da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Questões como dor pélvica, histórico familiar de trombose e câncer de mama, vontade de engravidar mais tarde, hábitos e até personalidade precisam ser levadas em conta. “Há mulheres mais esquecidas que não conseguem aderir à pílula”, cita Franceschini.

2. Dor no sexo é normal?

Um levantamento britânico, em cima de 7 mil entrevistas, revela que uma em cada dez mulheres sente desconfortos durante a relação. A chateação afeta todas as idades e ainda é tabu no consultório. “Há muita vergonha e desconhecimento do próprio corpo”, observa a ginecologista Mariana Maldonado, do Rio de Janeiro.

Segundo ela, parte dos perrengues por trás das dores é identificada na consulta mesmo. “Os mais comuns são as alergias a sabonetes ou protetores de calcinha”, diz. As dores na relação podem ser do tipo profunda ou superficial. Endometriose, pólipos, DSTs e até condições como prisão de ventre e bexiga cheia levam ao incômodo durante a penetração. Já alergias, infecções urinárias, vaginismo e vulvodínia são as principais razões da aflição logo na entrada da vagina.

Três problemas comuns que causam dor durante as relações sexuais

Vaginismo: contração involuntária dos músculos da vagina no momento do ato sexual. Como se trata? Terapia sexual ou psicoterapia para domar a ansiedade.

Vulvodínia: disfunção que causa muita sensibilidade e sensação de ardência e queimação na vulva. Como se trata? Remédios que aplacam o desconforto e zelam pela pele da região.

Endometriose: é o  extravasamento do tecido que reveste o útero. Também pode gerar sangramento e infertilidade. Como se trata? Terapia hormonal, como pílula de uso contínuo, e cirurgias.

3. Urgência em ir ao banheiro preocupa?

A bexiga hiperativa atinge 18,9% da população feminina. “Mas é comum a pessoa achar que é natural e não procurar tratamento”, afirma a terapeuta sexual Iane Melotti, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Quem sofre com a disfunção, cuja causa ainda não é conhecida, vai diversas vezes ao banheiro, inclusive na madrugada. Em estudo com 274 mulheres, Iane constatou que os casos mais sérios de bexiga hiperativa estão associados a ansiedade e depressão.

Medicamentos: São a principal estratégia. Remédios específicos reduzem a atividade do músculo que expulsa a urina.

Fisioterapia: São feitos exercícios de contração e relaxamento da musculatura do períneo em sessões de 30 minutos.

Eletroestimulação: Eletrodos emitem impulsos elétricos para diminuir as contrações involuntárias da musculatura da bexiga.

4. Preciso fazer testes para DST?

Hoje os médicos só pedem os exames se há suspeita de doença sexualmente transmissível. “Mas eles deveriam fazer parte da rotina nas consultas”, propõe Valentino Magno, ginecologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

É também a opinião do Conselho Federal de Medicina (CFM), que aprovou uma resolução orientando ginecologistas a prescrever os testes a todas as pacientes. Isso evita constrangimento e atrasos na detecção. Segundo o CFM, 25% das infecções por HIV são descobertas em estágio avançado.

5. O que dizem as secreções?

Para início de papo, toda vagina saudável produz e libera fluidos. Essa secreção é formada por líquidos da mucosa vaginal e do colo do útero e pelas bactérias naturais, que ajudam a umedecer, limpar e lubrificar a região. No entanto, quando algo não vai bem, as secreções mudam de cor, textura e cheiro.

“O equilíbrio é rompido se usamos produtos inadequados, abafamos demais a região, transamos sem camisinha ou estamos com imunidade baixa”, explica Mariana. Para prevenir esses chabus, prefira sabonetes neutros e calcinhas de algodão. No mais, entenda o que as cores entregam:

Transparente ou esbranquiçada: É sinal de que as coisas estão numa boa. Algumas mulheres produzem mais e outras menos. O odor pode variar, mas não é muito forte.

Branca e leitosa: Se estiver acompanhada de coceira e vermelhidão local, é candidíase na certa. Ainda assim, não costuma ter cheiro. É preciso tratar.

Amarelada ou esverdeada: Pode ser vaginose, causada por uma bactéria e marcada por um odor bem ruim, ou tricomoníase, DST que nem sempre muda o cheiro.

6. Está tudo bem com a tireoide?

Embora não seja o expert na glândula, o ginecologista é quem costuma pedir os exames para detectar desequilíbrios ali entre as mulheres. Os hormônios femininos interferem com a tireoide, o que explica por que elas são de cinco a oito vezes mais suscetíveis a seus distúrbios do que os homens.

Falamos de problemas que carecem de diagnóstico e tratamento quanto antes. O hipotireoidismo, por exemplo, pode provocar de irregularidades no ciclo menstrual a infertilidade. Conheça os distúrbios de tireoide mais comuns:

Hipotireoidismo: O déficit na produção do hormônio atinge até 10% da população. O tratamento envolve reposição hormonal.

Hipertireoidismo: A glândula fabrica hormônio demais, acelerando todo o corpo. Combatido com drogas, iodo radioativo ou cirurgia.

Nódulos: Identificados por ultrassom, são inofensivos em 80% dos casos. Nas situações de perigo, são removidos em cirurgia.

7. Como lidar com o ressecamento vaginal?

Eis um problema que afeta ou vai afetar todas as mulheres em algum momento. Apesar disso, 56% das brasileiras com mais de 55 anos acham que apenas as mais velhas penam com ele, de acordo com uma pesquisa encomendada pela Teva Farmacêutica.

Saiba que o ressecamento não é exclusivo dessa fase, não. Pode ocorrer em diversos períodos, especialmente antes da menstruação, no pós-parto e durante e após a menopausa. “Ele está associado à queda ou ao fim da produção de estrogênio”, explica a ginecologista Maria Lúcia Müller, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A solução é hidratar a vagina, com cremes ou via reposição hormonal, se não houver contraindicações.

8. É ou não é hpv?

Na maioria das DSTs, um bom exame físico é meio caminho andado para detectar o problema. Com o HPV, a história é outra. Primeiro porque o papanicolau, método recomendado a partir dos 25 anos, tem uma chance de erro de 20% dependendo da coleta de células. Ou seja, a amostra pode dar um falso negativo.

Na dúvida, o teste de biologia molecular, um exame de sangue mais específico, deveria ser indicado — só que isso nem sempre acontece. A maioria das mulheres infectadas se livra do vírus naturalmente. Mas, em 40% dos casos, ele provoca lesões que, se não tratadas, podem evoluir para o câncer de colo de útero.

Segundo o ginecologista Paulo Naud, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o danado encontra na mucosa da vagina condições propícias para se reproduzir e propagar. Hoje a vacina é a melhor estratégia preventiva.

9. Para que mexer na aparência?

O rejuvenescimento íntimo está em alta. De acordo com pesquisa da Viveve, empresa especializada em sexualidade feminina, a prioridade entre as brasileiras que optam por uma plástica vaginal é melhorar a vida sexual.

Elas recorrem a esse expediente em situações como aumento de volume dos pequenos lábios e flacidez na região. “O procedimento é indicado quando existe impacto na autoestima ou na funcionalidade”, esclarece a médica Tatiana Turini da Cunha, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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