Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Nutrologia em vários consultórios médicos espalhados pelas principais capitais do País, dos 503 pacientes entrevistados entre agosto e setembro do ano passado, 77% já fizeram algum tipo de dieta por conta própria e 21,6% afirmaram estar em sua quarta tentativa.
Os dados, apesar de ser uma amostra pequena, refletem a dificuldade que milhares de brasileiros, principalmente as mulheres, enfrentam diariamente quando o assunto é emagrecimento. Ainda, segundo a amostra levantada, os tipos de dietas mais realizadas pelos participantes são Cetogênica e Low Carb (30%), Detox (19,1%), Dukan (15,7%), Hiperproteica (13,3%) e Sem Glutén (12,9%).
De acordo com a psicoterapeuta Sorella Mendes, as dietas só aumentam a compulsão alimentar dos pacientes. “Fazer dieta engorda e a prova disso é ver quantas pessoas passam a vida toda de dieta e nunca conseguem ficar magra. ”, afirma.
Quando decidimos perder peso, automaticamente nosso cérebro já pensa em quais alimentos devem ser cortados da dieta. Carboidratos, doces e gorduras, considerados os vilões do emagrecimento, são os primeiros a serem removidos. Porém, de acordo com Sorella, que também atua como coach de emagrecimento, ao cortar um alimento que se gosta ou que tem algum valor afetivo de forma drástica, a compulsão pode ser despertada e o paciente pode voltar a comer o alimento de forma descontrolada, o que anula todo o esforço da privação e acaba com qualquer dieta.
“Não existe dieta milagrosa, existe alimentação intuitiva. É preciso conhecer o próprio corpo, respeitar suas necessidades, aprender a lidar com as emoções sem associá-las à comida e descobrir novos estímulos de satisfação e prazer. Quando se faz as pazes com os alimentos é possível eliminar peso sem viver uma vida de dieta e privações. ”, afirma a psicoterapeuta.
As pesquisas existentes sobre “Alimentação Intuitiva” ainda estão em crescimento e estão focadas principalmente nas mulheres como público alvo. Até o momento, já existem estudos que mostram a ligação da alimentação intuitiva a atitudes psicológicas mais saudáveis, menor IMC e manutenção do peso.
O significado da alimentação intuitiva
Criado pelas nutricionistas americanas, Evelyn Tribole e Elyse Resch, o comer intuitivo é um conceito que visa uma relação mais saudável com o alimento e ensina as pessoas a conhecerem seus próprios corpos. Ele tem como objetivo desenvolver uma “sabedoria corporal”, por meio de evidências físicas e emocionais, que permitam às pessoas reconhecer suas reais necessidades em relação ao alimento e evita o transtorno do comer de forma compulsiva.
Saber reconhecer e distinguir a fome física da emocional é muito importante para aprender a lidar com os alimentos de forma correta e sem compulsão. Entender o quanto um alimento é importante naquele momento para você e para o seu corpo, é a única forma de consumi-lo sem culpa e sem descontrole, o que de fato é responsável para o aumento do peso na balança.
“Não é a ingestão do chocolate ou do pedaço de pizza que te faz engordar, mas sim como, quanto ou quando você faz isso. Sentir prazer em comer uma pizza, em uma sexta à noite, na companhia dos amigos é fundamental para o nosso bem-estar. O que não pode é comer de forma descontrolada, e às vezes até escondido, inúmeros pedaços de pizza ou chocolate em um momento de ansiedade ou tristeza sozinha em casa”, declara Sorella.
A alimentação intuitiva tem como foco principal desenvolver o hábito de comer em horários regulares, de forma pensada e programada, buscando encontrar prazer, no lugar da culpa, ao fazer uma refeição. Abandonar dietas restritivas é o primeiro passo para se manter magra, saudável e feliz.
A psicoterapeuta Sorella Mendes é idealizadora do Método de Emagrecimento Mente Magra. Um projeto que visa ensinar, principalmente as mulheres, o caminho mais fácil e definitivo para emagrecer e sair do efeito sanfona. Com a união de profissionais de diversas áreas (nutricionista, psicóloga e coach em emagrecimento), o projeto tem como base a psicologia e, até mesmo técnicas de hipnoterapia, para fazer com que as mulheres façam as pazes com os alimentos e possam a voltar a amar seus corpos.