Nenhuma viagem é imune a imprevistos, mas muitos contratempos podem ser evitados. Veja a seguir uma lista dos cuidados que você precisa ter antes, durante e depois do passeio para garantir o seu bem-estar.
ANTES DE VIAJAR
Consulte um médico: cerca de um mês antes do embarque, busque um especialista em Medicina de Viagem. Trata-se de uma área relativamente nova no Brasil e que, em geral, é exercida por infectologistas. Nos municípios em que não exista essa especialidade, você pode consultar, ainda, um clínico geral ou, no caso das crianças, um pediatra.
Se necessário, tome vacina: além de avaliar se as condições de saúde do viajante requerem alguma atenção especial, o médico consultado poderá indicar a imunização com vacinas. A contra febre amarela é obrigatória para o ingresso em alguns países e deve ser administrada pelo menos dez dias antes da viagem. Também há outras vacinas recomendadas conforme o destino.
Contrate um seguro de saúde: o seguro é recomendado sobretudo para quem vai viajar a países onde os custos médicos costumam ser muito altos. Os preços variam conforme o local, o tipo de viagem e a cobertura.
DURANTE A VIAGEM
Leve seus remédios: os medicamentos com prescrição médica dos quais o turista faz uso contínuo devem ser levados em quantidade suficiente para durar durante toda a viagem. Em roteiros internacionais, recomenda-se que os remédios sejam levados na embalagem original, junto com a receita médica, com o nome do paciente, a indicação e o tempo de uso.
Use roupas e calçados confortáveis: conforto é prioridade quando se trata de escolher roupas e calçados para a viagem – e não apenas para prevenir incômodos simples, como uma prosaica (mas insuportável) bolha no pé. Evitar roupas e sapatos muito apertados também é uma das recomendações para a prevenção de um problema bem mais sério, a trombose venosa, que é a formação de um coágulo no interior do vaso sanguíneo (o trombo). Ele ocorre geralmente nos membros inferiores, quando o passageiro fica muito tempo imóvel.
Evite o jet lag: o mal-estar provocado pela diferença de fuso horário nas viagens mais longas pode ser amenizado com algumas medidas simples. Segundo o médico Gustavo Johanson, o ideal é que, antes mesmo de viajar, o turista vá alterando a sua rotina diária gradativamente, aproximando-a, tanto quanto possível, da que terá no seu destino. Durante a viagem, deve-se evitar a ingestão de álcool e cafeína.
Cuidado com o que ingere: a chamada "diarreia do viajante", provocada por ingestão de alimentos ou água contaminados, é um dos problemas de saúde mais frequentes no turismo. Para passar longe, evite comprar comidas de ambulantes; prefira alimentos cozidos e beba somente água mineral. Se tiver dúvidas em relação à procedência da água, recorra à água gaseificada, mais difícil de ser adulterada.
Xô, insetos: em regiões tropicais, proteja-se dos mosquitos. Assim, além de evitar o incômodo de uma picada, você se previne de doenças como malária e dengue. O infectologista Gustavo Johanson sugere o uso de repelentes à base de Icaridina, que é bastante eficiente contra o Aedes aegypti (transmissor da dengue) e tem durabilidade de até 10 horas. A Anvisa libera o uso desse produto para crianças a partir de dois anos de idade.
APÓS A VIAGEM
Se pouco tempo após o retorno surgirem sintomas como febre, diarreia, problemas de pele ou respiratórios, procure imediatamente um serviço de saúde e informe os locais por onde passou. Passeios em cavernas, grutas e áreas rurais, picadas de insetos e contatos com outras espécies de animais, por exemplo, devem ser relatados. Seja qual for o problema de saúde, quanto mais precoce o diagnóstico, melhor.